O ano começou com duas imagens tristes, fortes e muito simbólicas nos gramados da Vila Belmiro e de São Januário. Os corpos dos maiores ídolos do Santos e do Vasco foram velados ali, dentro do campo onde os camisas 10 revolucionaram a história de dois clubes gigantes do futebol brasileiro e se tornaram os maiores ídolos. As imagens viralizaram pelo mundo. Afinal, tratava-se de Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé, e de Roberto Dinamite.
Meses depois, os dois estádios foram palcos de vandalismos inaceitáveis na 11ª rodada do Campeonato Brasileiro. Atentados às memórias de quem usou as canetas para escrever páginas belíssimas e centenárias no almanaque dos tradicionais clubes paulista e carioca. Pelé e Dinamite chorariam.
Sinalizadores, tentativas de invasão às quatro linhas e até tiro com armas de fogo do lado de fora transformaram jogos de futebol em zonas de guerra. Famílias em pânico tentava escapar dos cenários de filmes de terror dentro e fora da Vila Belmiro e de São Januário.
Presidido pelo recém-empossado presidente brasiliense José Perdiz, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) agiu. Santos e Vasco jogarão sem torcida como mandante e visitante por 30 dias nas competições masculina e feminina. O castigo é temporário. Começará a ser cumprido na 12ª rodada nos duelos contra Flamengo e Cuiabá, respectivamente. A pena dura até o julgamento. A punição pode cair ou piorar. De 2007 para cá, o Brasil recebeu os Jogos Pan-Americanos do Rio (2007), a Copa das Confederações (2013), a Copa do Mundo (2014), os Jogos Olímpicos do Rio (2016), duas edições da Copa América (2019 e 2021), uma final única da Libertadores (2020) e o Mundial Sub-17 (2019). Os padrões Fifa, Conmebol e COI de tratar eventos esportivos com segurança rígida viraram piadas nacionais. Eram considerados exagero. Desdém de um país viciado em dar de ombros para a organização e alimenta a esculhambação. O quanto pior, melhor.
Até quanto permitirão a entrada de torcedores nos estádios com rojões, sinalizadores e até faca? Ou já esqueceram!? Na Copa São Paulo de Futebol Júnior do ano passado, um torcedor invadiu o campo portando arma branca, na Arena Barueri. Jogadores do São Paulo entraram em ação para impedir o pior. Também em 2022, um santista entrou no campo, correu em direção a Cássio e deu um chute por trás no goleiro do Corinthians. Por que depois de receber tantos torneios de ponta a revista é tão falha nos eventos esportivos do país?
É preciso contra-atacar como fez Ariel Holan. Você lembra um dos motivos do pedido de demissão do técnico argentino do Santos, em 2021? Refresco a memória: rojões detonados contra o apartamento dele, no litoral paulista. O presidente Andres Rueda revelou a história à época. Santos, Vasco, o futebol clama por posturas enérgicas como a de Holan. Em nome de Pelé e Dinamite.
*Coluna publicada na edição impressa deste sábado na página 10 do Correio Braziliense.
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