Série D Ceilândia e Brasiliense duelam neste sábado, no Abadião, pela Série D. Foto: Jonas Pereira/Divulgação Ceilândia e Brasiliense se enfrentam neste sábado no Abadião. Foto: Jonas Pereira/Divulgação

O desafio de Ceilândia e Brasiliense: 2% dos clubes que disputaram a quarta divisão chegaram à Série A

Publicado em Esporte

O duelo deste sábado entre Ceilândia e Brasiliense, às 15h30, no Abadião, pela décima rodada do Grupo 5 da Série D do Brasileirão, vai muito além do sonho de avançar à fase de mata-mata da quarta divisão. O clássico local é um teste para as pretensões em longo prazo. Os dois times têm um longo caminho para atualizar uma estatística assustadora.

Duzentos e sessenta e sete clubes disputaram a Série D desde 2009, ano em que a CBF inaugurou a competição. Apenas seis times fizeram a escalada completa da quarta até a primeira divisão — o equivalente a 2% do total. Chapecoense, Joinville, Santa Cruz, CSA, Cuiabá e Juventude conseguiram subir degrau por degrau até a elite.

Dos 267 clubes, 47 conseguiram subir da Série D para a C. Vinte e dois chegaram na B. Os dados constam no relatório Convocados/XP apresentado na última terça-feira pela consultoria. O levantamento critica o fato de o torneio ser um funil que exclui mais do que seleciona.

“Como a nossa divisão de entrada não é em formato de pontos corridos (64 clubes divididos em oito grupos com oito times cada), e respeita apenas parcialmente as características regionais de um país tão desigual, o número de clubes que entra no sistema e chega à primeira divisão é muito pequeno, o que aumenta o risco para o investidor na base da pirâmide. Desde a criação da Série D do Campeonato Brasileiro, em 2009, apenas 2% dos clubes que entraram na competição nacional chegaram na primeira divisão”, conclui o levantamento.

 

267 clubes disputaram a Série D desde 2009. Seis alcançaram a Série A: Chapecoense, Joinville, Santa Cruz, CSA, Cuiabá e Juventude.

 

Fundado em 2000, o Brasiliense conseguiu ir da última divisão à primeira em cinco anos no velho sistema do futebol brasileiro, ou seja, quando havia apenas três divisões. Foi campeão da C em 2002, faturou a B em 2004 e estreou na elite em 2005. Não existia Série D à época.

O atual bicampeão do Distrito Federal regrediu. Está atolado na última divisão desde 2014. Lá se vão nove temporadas sem acesso. Na melhor das hipóteses, ou seja, com ascensões consecutivas, o time mais rico da capital do país reapareceria na elite em 2025.

O cenário da Série D é aparentemente favorável ao Brasiliense. O time lidera o Grupo 5 e ostenta a melhor campanha geral da quarta divisão nos critérios de desempate. Tem 22 os mesmos 22 pontos do Anápolis, mas é superior no número de gols marcados e no saldo. O Brasiliense pode ser o melhor geral pela terceira edição consecutiva, repetindo 2020 e 2021. O drama do Jacaré tem sido passar do segundo mata-mata. O time parece mais forte em 2022. Por enquanto, vai se desenhando duelo com a Inter de Limeira (SP) na próxima fase.

O Ceilândia começou bem a quarta divisão. O atual bi vice do Distrito Federal esteve na briga com o Brasiliense pela liderança do Grupo 5, mas perdeu fôlego. Saiu da zona de classificação ao mata-mata. Iniciará a rodada na sexta colocação, a dois pontos do Costa Rica-MS, última time do G-4. Além de vencer o Brasiliense, é preciso secar Iporá-GO e Costa Rica-MS. A tendência é de que o quarto colocado duelo com o Nova Venécia-ES no mata-mata.

 

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