Atlético-MG Ademir comemora o segundo gol do Atlético-MG contra o Flamengo. Foto: Pedro Souza/Atlético Ademir comemora o segundo gol do Atlético-MG contra o Flamengo. Foto: Pedro Souza/Atlético

Com gelo no sangue, Atlético-MG expõe um Flamengo incapaz de explorar a “crise” do Galo

Publicado em Esporte

O elenco do Flamengo tem fama de tigre para minar o trabalho dos técnicos do próprio time, mas comporta-se como um gatinho na hora de aproveitar a oportunidade de transferir a crise para um rival. O Atlético-MG derrubou dois treinadores rubro-negros na era Rodolfo Landim. Domènec Torrent e Rogério Ceni caíram depois de goleadas por 4 x 0 diante do Galo, ambas no Mineirão. Neste domingo, o comandante do atual campeão do Brasileirão e da Copa do Brasil era quem estava por um triz, ou seja, uma oportunidade de vingança. No entanto, a inofensiva equipe liderada por Dorival Júnior foi incapaz de tirar proveito da instabilidade alvinegra.

 

Bom para Antonio “Turco” Mohamed. Pressionado depois de uma sequência de quatro jogos sem vencer, o técnico argentino não somente sobrevive no cargo como ameaça destruir o planos nacionais da temporada do Flamengo em quatro dia. O elenco mais caro do país depende de um milagre para voltar à briga pelo título do Campeonato Brasileiro. A realidade no momento é se afastar da ameaça de rebaixamento. Derrota na partida de ida das oitavas de final, na quarta-feira, no Mineirão, pode comprometer a classificação na volta, no Rio.

 

Dorival Júnior tem parcelas de culpa na derrota. A escalação de Vitinho é uma delas. A ausência de Bruno Henrique diminui consideravelmente o poder de fogo do Flamengo, porém, Vitinho não aproveita a oportunidade de ser o substituto ideal. Andreas Pereira foi responsável pela finalização mais perigosa do Flamengo no primeiro tempo, mas estava muito perdido na marcação e deixou o time na etapa final. Substituições merecidas.

 

O Atlético-MG jogou com inteligência. Encurralou os laterais Matheuzinho e Ayrton Lucas. Keno, Guilherme Arana, Mariano e Eduardo Vargas não permitiam que eles apoiassem as ações ofensivas rubro-negras. Sem os dois e carente de Bruno Henrique, o Flamengo tinha uma transição lenta, insegura e ineficiente. Gabriel Barbosa e Arrascaeta tentavam aproximação. Everton Ribeiro teve mais uma exibição abaixo do esperado. Vitinho não acrescentava. Nem mesmo as entradas de Marinho, Lázaro, Pedro, Willian Arão e Diego deram outra dinâmica a um time caótico do início ao fim da partida. A alteração mais estranha foi a de Diego. O Flamengo perdia por 2 x 0. O que esperar do meia a poucos minutos do fim?

 

O Galo soube acelerar e cadenciar a partida. Variou os lances em busca de espaço e achou. A defesa rubro-negra deixou Nacho Fernández livre no primeiro gol depois do rebote do goleiro Diego Alves. Falha coletiva de posicionamento da retaguarda. No segundo, Willian Arão fez a recomposição com o freio de mão puxado e o arisco Ademir cravou o placar final.

 

Há certezas do lado do Atlético-MG. O time deu pinta de que tirou o pé para a partida de quarta-feira pela Copa do Brasil. Se não houvesse a série de dois jogos consecutivos, o Galo certamente teria aplicado placar elástico no Mineirão. Não foi um time brilhante, mas resgatou um pouco do futebol exibido no triplete do ano passado. Respeito ao adversário também faz parte da guerra de nervos em duelos como esse. O favoritismo é do Galo. Inclusive para resolver o confronto logo no primeiro jogo. No lado rubro-negro da força há muitas incertezas. O processo de reinvenção do elenco parece mais difícil do que aparenta. Falta tudo.

 

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