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O casulo de Abel Ferreira: como o técnico age nas ofertas de trabalho

Publicado em Esporte

Conversei com um personagem muito próximo a Abel Ferreira. Minha intenção era decifrar o perfil do técnico no campo dos negócios diante da pressão das ofertas de trabalho. Não são poucas. O português iniciou o ano entre os cotados a suceder Tite na Seleção. Ele termina a temporada virtualmente bicampeão do Brasileirão e tentado por uma proposta irrecusável do Al Sadd Sports Club do Catar. Se topar a oferta, o mentor de nove títulos no clube paulista pode se tornar, aos 44 anos, o profissional mais bem pago do mundo da bola.   

 

Abel age como uma lagarta nesse tipo de situação. Se fecha no casulo — a família. Prepara-se para a possível transformação. Mantém o silêncio. É quase impossível adivinhar o pensamento do profissional. Muito menos a rota escolhida para a sequência da carreira. 

 

A fonte conta que o técnico está muito feliz e realizado no Palmeiras. Curte o presente. O mesmo não se pode dizer em relação ao calendário do futebol brasileiro. Está fisicamente e mentalmente exausto. O interlocutor não dá certeza de até quando o amigo permanecerá no clube. O contrato expira em dezembro de 2024. Pode ser cumprido ou interrompido Basta o milionário time catari desembolsar o pagamento da multa. Barato para os árabes.  

 

A conversa segue. Pergunto sobre a receptividade de Abel aos convites. A fonte responde que muita gente tentou tirar o lusitano do Palmeiras e não conseguiu. Evita, no entanto, dar nome a ex e atuais interessados. Reforça uma característica do parceiro. Descreve o treinador na intimidade como um cara diferente, que vive verdadeiramente o presente.

 

Abel costuma deixar a cabeça de quem o rodeia um trevo. O caminho é imprevisível. A fonte encerra dizendo ao blog que o viu recusar ofertas que deixaram-no muito surpreso e sugeriu que o melhor, mesmo, é viver o presente sem pensar muito no futuro. 

 

A procura por Abel Ferreira não é aleatória. Assim como no Brasil, há uma onda portuguesa no Catar. O técnico da seleção anfitriã da última Copa do Mundo é lusitano: Carlos Queiroz. Doze times disputam a elite da Qatar Stars League (QSL), como é chamado o campeonato nacional. Cinco são da terra de Camões: Pepa (Al-Ahli), Pedro Martins (Al-Gharafa), Leonardo Jardim (Al-Rayyan), Bruno Pinheiro (Al-Sadd) e Hélio Sousa (Qatar SC). 

 

Talvez o último capítulo da novela seja amanhã depois da partida contra o Cruzeiro na comemoração do 12º título do Brasileirão. Enquanto isso, as especulações envolvem nomes de possíveis substitutos como o argentino Juan Pablo Vojvoda e o português Pedro Caixinhas, protagonista de uma bela temporada com a prancheta do Red Bull Bragantino.

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