A noite de Jesus, do Messi(as) e do Francisco

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Foi a rodada do Jesus, do Messias e do Francisco nas Eliminatórias para a Copa do Mundo da Rússia-2018. Mas vamos por partes… Na semana passada, tive a honra de entrevistar o herói da vitória do Brasil sobre o Equador por 3 x 0 na estreia de Tite. Gabriel Jesus sofreu o pênalti cobrado por Neymar. E fez dois golaços. O primeiro, de calcanhar, deu saudade de um doutor da bola, o doutor Sócrates. No segundo, recebeu a bola de Neymar dominou, girou e finalizou com uma perfeição à altura da camisa 9 — algarismo carente de um artilheiro desde o fenômeno Ronaldo a deixou órfã. Não sei se Gabriel Jesus vai ser o dono dela nos próximos anos. Mas lançou candidatura de uma forma bem original. Pelé, Garrincha, Rivellino, Zico, Careca, Romário, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho… Nenhum deles conseguiu estrear na Seleção principal balançando a rede duas vezes na mesma partida.

Na entrevista publicada no último domingo no Correio Braziliense e reproduzida aqui no blog na segunda, Gabriel Jesus mostrou, para mim, uma das suas principais virtudes: o foco. Em nenhum momento mostrou deslumbramento com os títulos da Copa do Brasil e a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio-2016. Muito menos com a artilharia da Série A e a venda ao Manchester City por R$ 121 milhões para trabalhar com Pep Guardiola.

“Sobre 2018, é cedo para falar. Gosto de pensar em uma coisa de cada vez. Hoje, estou pensando no jogo contra o Fluminense. Depois, com a Seleção Brasileira, vou pensar no Equador e na Colômbia”, respondeu Gabriel Jesus ao ser questionado por mim sobre a possibilidade real de vestir a camisa 9 daqui a dois anos, na Rússia.

Estreante como Gabriel Jesus, Tite apostou certo. Se o menino Jesus é o artilheiro da Série A com 10 gols atuando como centroavante no time de Cuca, então essa era a posição que ele deveria desempenhar na Seleção. Como em um passe de mágica, Tite pode ter encontrado um camisa 9. Quem sabe, a partir de agora, Neymar pode ser só arco em vez de arco e flecha. Na segura exibição diante do Equador, o Brasil não foi o samba de uma nota só chamada Neymar. Além de Gabriel Jesus, Paulinho, Renato Augusto, Willian, Marcelo e Daniel Alves surgiram na frente do gol, tiveram oportunidades.

Estou muito feliz com a estreia de Tite. Assumiu o cargo com no mínimo dois anos de atraso. Mas chegou chegando. É cedo demais para soltar fogos. Repito o que digo a amigos. Temos uma geração que, na minha opinião, tem tudo para brigar pelo título da Copa do Mundo em 2022, no Catar. Mas, quem sabe, Tite encurta o caminho e antecipa o hexa. Enquanto isso, nos preocupemos com o que importa, ou seja, o jogo de terça-feira contra a Colômbia. Vai ser dificílimo. Bem mais do que contra o Equador. O Brasil está em quinto lugar, na zona da repescagem. É preciso vencer para evitar uma batalhas épicas contra Nova Zelândia, Nova Caledônia, Fiji, Papua Nova Guiné, Ilhas Salomão ou Taiti. Pense!

O Messias e o Francisco

Jesus da Argentina, Lionel Messi veio ao mundo para salvar a Argentina do jejum de títulos, mas não se sentia amado. Crucificado depois de perder o pênalti que deu ao Chile o bi da Copa América nos Estados Unidos, anunciou a aposentadoria da seleção. Dei uma de São Tomé. Duvidei. Ele voltou. Carente, precisava de carinho. Teve o nome gritado antes, durante e depois da vitória sobre o Uruguai em Mendoza. Com gol dele em um estádio com nome de guerra —Malvinas Argentinas.

A rodada foi de Jesus, do Messias, mas também do Francisco. Não do papa, mas de Francisco Arce. As torcidas do Grêmio e do Palmeiras sabem de quem estou falando. O novo técnico do Paraguai debutou no Defensores del Chaco à frente do Paraguai derrotando simplesmente o Chile, atual bicampeão da Copa América, por 2 x 1.

Marcos Paulo Lima

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