Mundial tem média inferior a 20 mil pagantes pela segunda vez seguida e pior público da história

Compartilhe

Pela primeira vez em 15 edições sob a tutela da Fifa, o Mundial de Clubes amargou duas médias de público consecutivas inferiores a 20 mil pagantes por partida. Em 2017, o torneio havia registrado recorde negativo — 16.571. A versão deste ano terminou neste domingo com 19.084 pagantes por partida. Para se ter uma ideia, a média de público do Campeonato Brasileiro fechou com 18.821 em 2018. Os estádios Hazza bin Zayed e o Zayed Sports City têm capacidade para 43 mil e 22.717 espectadores, respectivamente, mas não lotaram. Detalhe: o sucesso do Al Ain, convidado como campeão nacional dos Emirados Árabes Unidos, ajudou a a girar um pouquinho mais as catracas. Poderia ter sido pior…

O público da goleada do Real Madrid sobre o Al Ain na final foi 40.696 pagantes. Portanto, sobrou lugar no palco da decisão. O Hazza bin Sayed Stadium só esteve próximo de vender a carga total de ingressos na semifinal entre River Plate e Al Ain: 21.383 pagantes. Vale lembrar que o Al Ain é o dono da casa. Portanto, os torcedores da cidade ajudaram a encher a arena embalados pela classificação heroica contra Team Wellington e Espérance, da Tunísia.

O Mundial de Clubes deste ano conseguiu a proeza de estabelecer o pior público da história da competição. O Kashima Antlers eliminou o Chivas Guadalajara, do México, diante de 3.997 pagantes. A marca negativa anterior era da derrota do Mazembe para o Auckland City, em 2009, na decisão do quinto lugar. A partida teve 4.200 torcedores.

Houve outros públicos dignos de Campeonato Estadual. Espérance e Guadalajara decidiram o quinto lugar com 5.883 torcedores no estádio. A decisão do terceiro lugar registrou 13.550 pagantes no duelo entre Kashima Antlers e o atual campeão da Libertadores River Plate.

Como se não bastasse o baixíssimo nível técnico do Mundial de Clubes e o desequilíbrio de forcas, o borderô deixa o recado claro para a Fifa de que algo precisa mudar para que o torneio cada vez mais alvo de chacotas não seja extinto. Gianni Infantino teve habilidade para ajudar a transformar a Uefa Champions League numa espécie de NBA do futebol. Agora, à frente da Fifa, precisa mostrar jogo cintura para salvar pelo menos duas competições sem interesse, deficitárias e que nada acrescentam ao esporte: o citado Mundial de Clubes e a cambaleante Copa das Confederações. Não se assuste se uma delas (ou as duas) forem merecidamente tiradas do cardápio de competições da entidade máxima do futebol.

Siga o blogueiro no Twiitter: @mplimaDF

Marcos Paulo Lima

Posts recentes

  • Esporte

Um gol só: o limite dos times brasileiros contra europeus no Mundial

Os times brasileiros jamais fizeram mais de um gol nos europeus desde que a Fifa…

6 horas atrás
  • Esporte

Cruzeiro é o sétimo clube do “Big 12 Brasil” comandado pelo técnico Tite

O acerto de Adenor Leonardo Bachi com o Cruzeiro torna o time celeste o sétimo…

1 dia atrás
  • Esporte

Pênaltis de Rayan e John Kennedy explicam Vasco na final da Copa do Brasil

Em 2023, Fernando Diniz fez do jovem John Kennedy, de 21 anos à época, um…

3 dias atrás
  • Esporte

Dorival leva Corinthians à final 261 dias depois da demissão na Seleção

Há 261 dias, Dorival Júnior era demitido da Seleção Brasileira. Se há volta por cima,…

3 dias atrás
  • Esporte

Flamengo 2 x 0 Pyramids: quando 1 centímetro a mais de altura faz diferença

A média de altura dos jogadores escalados pelo Flamengo no início da vitória por 2…

4 dias atrás
  • Esporte

Grêmio, Luís Castro e os métodos de contratação dos times brasileiros

  Na gestão do futebol brasileiro, pouco se cria, quase tudo se copia. Para mim,…

4 dias atrás