Ministério do Esporte vai exonerar secretário do futebol. Cargo pode ter quarto “dono” em 7 anos

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Não é só o cargo de técnico de futebol que anda instável no Brasil… O Ministério do Esporte vai ter, em breve, o quarto secretário nacional de futebol e defesa dos direitos do torcedor em sete anos. O blog apurou que o atual dono do cargo, Rogério Hamam, teve uma reunião com o ministro interino, Ricardo Leyser, na última segunda-feira, e soube do substituto de George Hilton que não continuará no cargo. Rogério Hamam deve ser exonerado até a próxima sexta-feira. “Não vou permanecer no Ministério do Esporte. Estarei acertando a transição com o ministro Leyser e a minha exoneração deverá ser publicada na quinta ou na sexta-feira”, confirmou ao blog o ainda secretário Rogério Hamam. Como ministros e secretários não estão sendo exonerados no Diário Oficial da União (DOU), é possível que Hamam deixe o cargo neste fim de semana e só seja exonerado de fato após a votação do impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff.

Criada em 2009, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a secretaria pode ter o quarto nome diferente em sete anos. Alcino Reis e Toninho Nascimento ocuparam a função antes de Rogério Hamam assumi-la, em 10 de março do ano passado. Há quem diga que o ministro interino, Ricardo Leyser, é contra secretarias específicas dentro do Ministério do Esporte. Na opinião dele, a secretaria do futebol dá brecha para que outras modalidades reividiquem uma atenção especial. Portanto, não será novidade se o cargo for extinto.

Rogério Hamam fez um balanço da passagem pela Secretaria de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor. “Bem positivo. Avançamos bastante. Trouxemos um novo momento para a modernização do futebol profissional com o Profut. Trouxemos novos incentivos para a prática do futebol novos incentivos para a prática do futebol feminino, com o Brasileirão de futsal, Taça das Favelas e a Liga Sub-20. E lançamos o Sistema Brasileiro de classificação de Estádio (Sibrace). Para um ano de gestão é bem positivo”, avaliou.

Um das atribuições dos três ocupantes do cargo até hoje — Alcino Reis, Toninho Nascimento e Rogério Hamam — era o desenvolvimento de um plano nacional de combate à violência nos estádios. Houve ações como o Grito de Paz e até a criação, em 19 de janeiro de 2004, via decreto nº 4.690 assinado pelo ex-presidente Lula, de um grupo multidisciplinar com integrantes do ministérios do Esporte e da Justiça. A equipe foi batizada de Comissão Nacional de Prevenção da Violência para a Segurança nos Espetáculos Esportivos (Consegue). No entanto, nenhuma um plano definitivo, uma medida consolidada, efetiva, saiu do papel.

Houve sugestões como a criação de juizados especiais nos estádios e a identificação dos integrantes de torcidas organizadas em encontros, inclusive, com um representante da Associação Nacional das Torcidas Organizadas. Ao que parece, o aguardado plano nacional de combate à violência nos estádios vai parar nas mãos do quatro secretário em sete anos. “Pelo compromisso com a coisa pública, estarei auxiliando o novo indicado durante todo processo de transição, com a responsabilidade e ética que sempre nortearam meu trabalho”, escreveu Rogério Hamam em uma rede social.

No texto do adeus, o secretário faz elogios a Ricardo Leyser e agradecimentos a George Hilton. “É, sem dúvida, uma pessoa (Ricardo Leyser) com enorme capacidade técnica para ocupar o cargo de Ministro do Esporte, sendo um profundo conhecedor do órgão e de todas as questões operacionais vinculadas aos Jogos Olímpicos Rio-2016. Agradeço também ao apoio que recebi do ministro George Hilton, durante o período de pouco mais de 1 ano, em que pudemos desenvolver importantes ações para o desenvolvimento do futebol brasileiro.”

Atualização: Em contato com o blog, o ainda secretário Rogério Hamam esclarece que a decisão da exoneração não foi exclusivamente do ministro interino do Esporte, Ricardo Leyser, mas um comum acordo entre as partes considerando o atual cenário político. Além disso, Hamam diz que ficará no cargo até o fim de semana. Um dos motivos, segundo ele, é cumprir o compromisso, nesta quinta-feira, de apresentar um Guia de Recomendações para atuação das forças de segurança pública e privadas em partidas de futebol. Segundo Hamam, um resultado efetivo dos trabalhos da Consegue, questionada nos últimos três parágrafos deste post.

Marcos Paulo Lima

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Marcos Paulo Lima

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