Metropolitano, de Blumenau, explica um pouquinho a revolução silenciosa dos clubes de Santa Catarina

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Comete um grave equívoco quem credita ao presidente da Federação Catarinense de Futebol, Delfim Peixoto — no cargo há impressionantes 30 anos — o sucesso do estado na elite do Campeonato Brasileiro. O excelente momento tem muito mais a ver com o esforço administrativo de profissionalização dos clubes do que com o trabalho do mandatário que comanda o futebol local desde 1985 e ostenta, ainda que seja inimigo declarado do presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero, o cargo de vice da entidade pela Região Sul.

Estou curtindo meu recesso de Natal aqui em Florianópolis com a família. A bola da vez na imprensa daqui é o investimento do Clube Atlético Metropolitano. Não se assuste se daqui a uns cinco, seis anos, o clube da cidade de Blumenau, que manda seus jogos em Jaraguá do Sul, pintar na Série A do Campeonato Brasileiro.

Louco para trilhar o mesmo caminho de Avaí, Chapecoense, Figueirense e Joinville — que figuraram na elite neste ano —, o Metrô, como é carinhosamente chamado, acaba de contratar o badalado Sidnei Loureiro — ex-Botafogo — para ser o gerente de Futebol. O técnico da equipe para o Estadual vai ser o veterano Valdir Espinosa, 68 anos, com passagem pelo Brasiliense, campeão mundial à frente do Grêmio em 1983 e comandante do Botafogo no título carioca de 1989. Sidnei Loureiro é o responsável por profissionalizar o departamento de futebol do clube.

Em entrevista ao colunista Everton Siemann, do Diário Catarinense, Sidnei Loureiro contou um pouco do que pretende fazer à frente do Metropolitano. “Venho para cá como uma contratação do presidente (Ivan Kuhnen), que sentiu a necessidade de profissionalizar a gestão do clube. Além do alto nível, vou trabalhar especialmente nas categorias de base, área que já tenho experiência da época do Botafogo. Não é um trabalho só para trazer atleta e treinador, é para implantar uma gestão profissional no clube como um todo”, explicou Sidnei Loureiro.

O primeiro desafio do novo gerente é levar o Metropolitano para a terceira divisão do Campeonato Brasileiro. “A visão de todo mundo que vem comigo é de trabalhar para vencer. São pessoas de perfil vencedor e que não vão se acomodar em ter um time que joga fechado para perder de pouco. O objetivo do time é a Série D e o acesso para a Série C. Meu objetivo de vida atualmente não é ficar aqui só um ano. Quero ajudar o Metropolitano a alçar voos maiores em um trabalho a longo prazo”, vislumbra.

Apresentado no último dia 9, o técnico Valdir Espinosa, 68 anos, deixou a aposentadoria de lado para voltar ao batente. Não trabalhava como técnico desde 2011. “Eu digo para não me contratarem pelo o que eu já fiz, mas sim pelo o que eu posso fazer. Eu queria poder fazer o que penso ser futebol e só voltaria por isso. Vi que o Metropolitano é um time novo e sério, e a diretoria aceitou a minha ideia, ainda não me chamaram de louco”, brincou.

Fundado em 2002, o Clube Atlético Metropolitano, o Verdão do Vale, como é carinhosamente chamado, disputou a Série D do Campeonato Brasileiro nos últimos seis anos. A melhor posição foi o sétimo lugar em 2013. A única participação na Série C foi em 2008.

Marcos Paulo Lima

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