A metamorfose ambulante da Argentina do técnico Jorge Sampaoli na goleada por 4 x 0 sobre o Haiti

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Das sete seleções campeãs do mundo classificadas para a Copa do Mundo Rússia, a Argentina é a mais enigmática do ponto de vista tático. No que diz respeito ao sistema adotado pelo técnico Jorge Sampaoli, não houve unanimidade na imprensa vizinha nas prévias, no tempo real e muito menos no pós-jogo na goleada por 4 x 0 sobre o Haiti na noite desta terça-feira.

Há quem enxergue um time começando a ser organizado no 4-2-3-1. Outros preferem apontar um 4-4-2 ou 4-5-1. E há quem veja um desenho das antigas, o 2-3-3-2 — estilo retrô bastante criticado pelo ídolo Diego Armando Maradona. “A Argentina não tem um jogo definido, nem coluna vertebral quando ataca ou defende. Jorge Sampaoli disse que vai jogar em um 2-3-3-2, e isso é ridículo. Não se joga assim desde a década de 1930”, atacou na semana passada.

O tal 2-3-3-2 detonado por Maradona funciona assim: Otamendi e Fazio formam a primeira linha. Na segunda, aparecem Salvio (o titular é Mercado), Mascherano (o titular é Biglia) e Tagliafico. À frente, Lanzini, Lo Celso e Di María. No ataque, Messi e Higuaín (o dono da posição é Agüero, que se recupera de contusão). Como os jogadores não peças de “totó”, a movimentação defensiva e ofensiva mostra as variações táticas para o 4-2-3-1, 4-4-2, 4-5-1… No gol, jogou Caballero, mas é bem provável que Armani, do River Plate, seja o titular na Copa.

Repertório tático da Argentina à parte, Jorge Sampaoli vai encontrando aos poucos os atores capazes de assumirem os papéis de coadjuvantes de Lionel Messi.  Ao que parece, uma das soluções com Neymar no Paris Saint-Germain: Giovani Lo Celso. O meia de 22 anos joga, faz o time jogar e tem potencial para ser homem surpresa no ataque. Vale ponderar que o adversário do amistoso de despedida foi o Haiti, mas Lo Celso tomou as rédeas no meio de campo e chegou com perigo em algumas tramas ofensivas da equipe alviceleste. As características de Lo Celso lembram as de Fernando Gago, peça-chave no vice-campeonato de 2014.

Na frente, Jorge Sampaoli continua insistindo no centroavante Higuaín, mas Sergio Agüero é cada vez mais o favorito para começar a Copa. São três gols consecutivos nas últimas três vezes em que entrou em campo, ou seja, contra o Haiti, Rússia e a Nigéria. Higuaín não marca há oito jogos. Balançou a rede só uma vez em 13 confrontos. A única vítima foi o Peru, em 7 de outubro de 2016, pelas Eliminatórias para a Copa da Rússia.

Em meio aos debates táticos e técnicos sobre quem será capaz de entender o que pretende Jorge Sampaoli, a única certeza é que, no momento, Messi é o único ser capaz de transformar uma seleção em formação em candidata ao título na Rússia. Alguma dúvida depois que ele marcou três gols e deu um assistência na goleada por 4 x 1 sobre o Haiti?

Marcos Paulo Lima

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