Estreante na Seleção no duelo desta quinta-feira contra o Peru, às 21h30, na Arena Pernambuco, pelas Eliminatórias Sul-Americanas, Lucas Veríssimo é mais um zagueiro que dá possibilidade a Tite de acrescentar ao repertório do Brasil um sistema tático alternativo até a Copa do Qatar-2022 para surpreender e não ser surpreendido pelos concorrentes.
Ao contrário do que fez no Flamengo, Jorge Jesus atua com uma linha de três defensores no Benfica. Assim o time português eliminou Spartak Moscou e PSV Eindhoven na fase classificatória da Liga dos Campeões e disputará a fase de grupos do torneio continental a partir da semana que vem contra Barcelona, Bayern de Munique e Dínamo de Kiev.
Lucas Veríssimo é uma das três torres de Jesus no Benfica. Joga com Morato e o capitão Otamendi no sistema 3-4-2-1 de Jorge Jesus. O Chelsea, de Thiago Silva, foi campeão da Champions League e da Supercopa da Uefa em um sistema com três defensores montado pelo alemão Thomas Tuchel. Marquinhos atuou assim com diferentes treinadores no Paris Saint-Germain. Miranda nem se fala nos tempos áureos e atuais do São Paulo.
Tite costuma dizer que gosta de utilizar seus convocados em funções próximas das que eles ocupam em seus times. Por que não testar seus excelentes zagueiros em uma linha de três, como Tite fez tão bem no título do Grêmio na Copa do Brasil de 2001 e no São Caetano, quarto colocado no Campeonato Brasileiro de 2003? Na semana passada, questioneu Lucas Veríssimo sobre essa alternativa tática para a Seleção a 14 meses do início da Copa. O Benfica e outros clubes e seleções europeias têm alternado linhas com três e quatro defensores.
“Acho que o Tite tem as convicções dele, o esquema tático que ele gosta e os jogadores têm que se adaptar. Claro, três zagueiros é como eu venho jogando, mas joguei no Santos, também, com sistema de quatro jogadores. Lá, mesmo, no Benfica, a gente também tem o sistema com quatro defensores. Independentemente do sistema tático que estiver definido eu estou preparado para jogar”, disse Lucas Verísismo ao blog no último dia 31.
Fiz a mesma pergunta a Thiago Silva na Copa América deste ano e a resposta do beque seguiu a linha de Lucas Veríssimo. “Pode ter certeza de que a gente vai estar preparado (se o Tite precisar usar três zagueiros). O Marquinhos já jogou de terceiro zagueiro saindo para volante; o Militão já jogou no Real Madrid, inclusive contra nós, do Chelsea, esse ano (pela Champions League); eu jogo nesse sistema; o Danilo tem característica que poderia entrar muito bem como terceiro zagueiro ou até como ala mais avançado; temos o Renan Lodi, o Alex Sandro, jogadores super ofensivos”, comentou o Monstro.
Questionei Tite duas vezes sobre a possibilidade de o Brasil ter um sistema alternativo com três zagueiros. A resposta dele na véspera da estreia do Brasil na Copa América 2019 foi esta: “Seu eu tivesse tempo… Como técnico da Seleção, preciso de tempo. Aquele Grêmio teve uma organização muito grande e jogadores com transição muito rápida, com exceção do Zinho, mas que fazia funcionar toda a engrenagem. Eu não tenho tempo”, argumentou.
Voltei a questioná-lo na semana passada sobre a necessidade de o Brasil desembarcar no Catar com sistemas táticos alternativos como o 3-5-2 usado por diversas seleções na Eurocopa e times da Champions League. Dessa vez, Tite surpreendeu na resposta. “Três zagueiros, podemos, sim, ter essa possibilidade, não a descarto”, respondeu.
A variação do sistema tático ainda não é prioridade de Tite. Ele considera a defensa atual com Danilo, Marquinhos, Thiago Silva e Alex Sandro consolidada. Está preocupado no momento com a fase de criação do Brasil. Procura um articular capaz de facilitar o trabalho dos atacantes. Bom saber, porém, que Tite não descarta possibilidades. Investir na qualidade de três zagueiros quando se tem talento para isso pode fazer a diferença na Copa.
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