Inimiga do Vasco em 2006, pausa na Copa do Brasil vira aliada em 2025

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Dezenove anos depois de amargar o vice na final da Copa do Brasil de 2006 depois da paralisação de um mês do torneio para a disputa da Copa do Mundo na Alemanha, o Vasco experimente o outro lado da moeda. Se a pausa prejudicou o time de Renato Gaúcho naquela época, agora é aliada de Fernando Diniz na caça ao bicampeonato.

Em 2006, o trem bala da Colina estava embalado na Copa do Brasil. Havia passado por Botafogo-PB, Iratly, Criciúma, Volta Redonda e despachado o Fluminense por 2 x 1 no placar agregado das semifinais jogando muito bem em 17 de maio daquela temporada. Em tese, a final contra o Flamengo deveria ser logo na sequência. Motivo: o segundo torneio mais importante do país terminava no primeiro semestre de acordo com o calendário da época.

No entanto, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decidiu realizar  a decisão depois da Copa do Mundo. Bom para o Flamengo.  O time rubro-negro havia alcançado a vaga para a decisão aos trancos e barrancos. O time comandado por Waldemar Lemos (Por que Waldemar, lembram?) eliminou o Ipatinga do emergente técnico Ney Franco por 3 x 1.

O intervalo de 63 dias entre as semifinais e a final beneficiou o Flamengo. A diretoria demitiu Waldemar Lemos e contratou quem? Ney Franco. Enquanto a Copa rolava na Alemanha, o Flamengo excursionou em amistosos por Manaus, Roraima e Maranhão em uma espécie de intertemporada e as peças foram se encaixando no novo tabuleiro tático do treinador.

Para mim, foi muito interessante a parada para preparar a equipe. Fomos para uma intertemporada em Manaus. E, nessa parada, respiramos a final da Copa do Brasil. Fizemos muitos treinamentos focados nessa final. Por eu ter enfrentado o Flamengo na semifinal, eu estudei muito o time. Quando assumo, não era uma equipe desconhecida. Conhecia o perfil da maioria dos jogadores que lá estavam”, conta Ney Franco em uma entrevista ao GE.

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Toró, por exemplo, foi recuado de atacante para a função de volante. O jovem Renato Augusto ganhou minutos e virou camisa 10 na decisão. Deu tempo de passar confiança ao volante Jônatas e de recuperar o centroavante Luizão para enfrentar os jogos contra o Vasco.

Depois dos dois meses e dois dias de pausa, o Flamengo surpreendeu o Vasco na primeira partida com um sistema batizado de 3-6-1 por Ney Franco. Venceu o jogo de ida por 2 x 0 e encaminhou a conquista do título. O triunfo por 1 x 0 na volta consolidou o bicampeonato.

Se as semifinais da Copa do Brasil de 2025 fossem nos próximos meses, Cruzeiro e Fluminense seriam favoritos contra Corinthians e Vasco, respectivamente. No entanto, o torneio só será retomado em 10 de dezembro. São 90 dias de paralisação até a retomada da competição. Há um Brasileirão pela frente, mas a pausa beneficia Corinthians e Vasco. Ambos podem tirar proveito do ajuste no calendário. Certamente chegarão mais fortes.

Fernando Diniz ganhou tempo para acomodar reforços como Robert Renan e Matheus França ao elenco. Mais do que isso: vai ensaiar a exaustão os métodos do dinizismo, o estilo autoral de jogo do treinador. Dorival Júnior não teria Memphis Depay nos próximos dias. Yuri Alberto está de volta após uma cirurgia de hérnia inguinal sem ritmo de jogo. O badalado ataque formado por Garro, Yuri e Memphis, batizado de GYM, não jogaria junto agora.

Parece que não, mas 63 dias de intervalo ajudaram o Flamengo a ser campeão da Copa do Brasil em 2006. Noventa dias podem transformar Corinthians e Vasco em favoritos nas semifinais contra o Cruzeiro e o Fluminense. Pérolas do calendário do futebol brasileiro, um problema de 2006 que continua sem solução dezenove anos depois, em 2025!

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Marcos Paulo Lima

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