Sim, amigos, é definitivo. Há uma nova “desordem” no futebol mundial. E não me venham com o velho jargão de que não tem mais bobo no esporte bretão. Prefiro o bordão batido do Muricy Ramalho. O que está acontecendo no mundo da bola “é trabalho, meu filho”.
Na minha modesta opinião, o Independiente del Valle, do Equador, é mais um candidato a história do ano. Em uma comparação com o Oscar, é um dos candidatos a melhor roteiro em 2016. Você já viu o filme do campeão inglês Leicester City; do campeão uruguaio Plaza Colonia; o título inédito de Portugal na Eurocopa; dos sucessos da Islândia e do País de Gales no torneio; o bicampeonato do Chile em anos consecutivos na Copa América, ambos em cima da Argentina, de Lionel Messi; e agora o Independiente Del Valle finalista da Copa Libertadores da América contra o Atlético Nacional, da Colômbia. Detalhe: a equipe equatoriana chegou à primeira divisão pela primeira vez em 2010.
Lembra que, até 2012, zoavam o Corinthians por ser campeão mundial sem ter o título da Libertadores? Pois o time equatoriano fundado em 1958 jamais foi sequer campeão nacional e pode conquistar a América depois de desbancar o hexacampeão Boca Juniors dentro da lendária La Bombonera por 3 x 2 na noite desta quinta-feira — 5 x 3 no placar agregado!
O Equador está na decisão continental pela quarta vez. Perdeu dois títulos com o Barcelona, de Guayaquil; e ganhou um com a LDU. Agora, vem pela frente a decisão inédita diante do Atlético Nacional, da Colômbia, campeão da Libertadores em 1989 e vice em 1995.
A prova de que a chegada de Independiente Del Valle e Atlético Nacional à final não é um aborto da natureza é a posição dos países dos dois clubes na Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018. O Equador divide a liderança com o Uruguai. Ambos têm 16 pontos. A Colômbia está em quinto, na zona da repescagem, à frente do Brasil. Em sexto, a Seleção estaria hoje fora da Copa e vê seus clubes fora da decisão pelo terceiro ano consecutivo.
Não está fácil para o Brasil nem para a Argentina. Pela primeira vez, em 25 anos, não há clube das duas potências na decisão da Libertadores. A última vez havia sido em 1991, quando o Olimpia, do Paraguai, desbancou o Colo Colo, do Chile.
O ano de 2016 lembra — e muito — o de 2004. Aquele que teve título da Grécia na Eurocopa; do Porto na Liga dos Campeões da Eurocopa; do Santo André na Copa do Brasil; do Once caldas, que venceu o Boca Juniors por 2 x 0 na decisão por pênaltis.
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