Guerra Guerra, 31 anos, eleito o melhor jogador da Libertadores-2016. Foto: Divulgação/Palmeiras

Guerra e a invasão venezuelana ao futebol brasileiro

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Luis Seijas, César González, Rómulo Otero, Angelo Peña, Alejandro Guerra! Revolução bolivariana ou mais um sinal dos tempos de globalização no futebol? O Brasil descobriu que a Venezuela pode ajudar a suprir a escassez de um produto que antigamente fabricávamos em série: o tal do meia. O melhor jogador da Libertadores de 2016 e provavelmente o Rei da América na tradicional eleição do diário uruguaio El Pais — chega para ser o maestro do meio de campo do campeão brasileiro Palmeiras. É um gol de placa a aquisição de Alejandro Guerra pelo alviverde. Resta saber se o meia venezuelano de 31 anos vai se adaptar e suportar a pressão de defender a camisa pesada de um clube brasileiro. Alguns compatriotas dele continuam tentando. Outros tentaram. Mas a verdade é que nenhum chegou tão por cima quanto Alejandro Guerra.

No último Campeonato Brasileiro, o Internacional apostou no venezuelano Luis Manuel Seijas, 30 anos, destaque do Independiente Santa Fe em 2015 na conquista da Copa Sul-Americana. Seijas tem 5 gols em 21 jogos pelo Internacional, mas ainda não é o que se espera. Mais do que a irregularidade e o preconceito de ter nascido no único país sul-americano que jamais disputou a Copa do Mundo, a personalidade forte o levou a ser encostado pelo ex-técnico colorado Celso Roth.

O Atlético-MG adquiriu Rómulo Otero, um motorzinho na campanha do Galo no Campeonato Brasileiro. Aberto na direita, foi um dos destaques, por exemplo, no jogão contra o Flamengo no Mineirão. O Atlético chegou a virar o jogo, mas sofreu o empate no fim. Mesmo contestado, Otero foi titular várias vezes com Marcelo Oliveira e vai ser um dos trunfos de Roger Machado em 2017.

O Coritiba investiu no meia César González, 34 anos. O jogador disputou 26 partidas no ano com as camisas do Deportivo Táchira e do Coxa e balançou a rede apenas uma vez na vitória do time paranaense sobre o Atlético Nacional, da Colômbia, por 1 x 0. Mantido no elenco para 2017, é uma das peças do técnico Paulo César Carpegianni para a nova temporada.

Outros venezuelanos tiveram passagens relâmpago pelo futebol brasileiro. Alexander Rondón, por exemplo, chegou ao São Paulo em 2004 indicado pelo auxiliar Milton Cruz e elogiado pelos zagueiros Rodrigo e Fabão, que o enfrentaram nas quartas de final da Libertadores daquele ano. O destaque do Deportivo Táchira não se firmou no São Paulo. O centroavante chegou ao clube com a missão de suceder o ídolo Luis Fabiano. Disputou 11 jogos pelo tricolor e não balançou a rede.

Recentemente, o Náutico também apostou em um meia venezuelano. Louis Angelo Peña tinha no currículo convocações em todas as categorias de base. Participou da Série B de 2015 pelo clube pernambucano e não deixou saudade. Está no Mineros de Guayana.