A artilharia do Campeonato Brasileiro é um atestado da carência de atacantes no nosso futebol. Quando entrar em campo nesta quarta-feira para enfrentar Honduras nas semifinais dos Jogos Olímpicos do Rio-2016, Gabriel Jesus completará um mês fora da Série A. A última partida dele pelo Palmeiras foi em 17 de julho, na vitória por 1 x 0 sobre o Internacional. No dia seguinte, se apresentou ao técnico Rogério Micale na Granja Comary, em Teresópolis, sendo artilheiro isolado do Brasileirão com 10 gols. Vinte e nove dias depois, o menino de 19 anos continua no topo da lista de goleadores do principal torneio de clubes do país.
Gabriel Jesus já perdeu cinco jogos do Brasileirão. Desfalcou o Palmeiras nas partidas em casa contra Atlético-MG e Vitória e fora, diante do Botafogo, da Chapecoense e do Atlético-PR. No fim de semana, dificilmente enfrentará a Ponte Preta no Allianz Parque. Mesmo que seja ultrapassado, o jogador vendido ao Manchester City por R$ 121 milhões, e que só vai se apresentar ao clube inglês no fim do ano, não terá problemas para retomar o ritmo da campanha pela artilharia. Os concorrentes mais próximos dele são Diego Souza (Sport), com nove gols; além de Bruno Rangel (Chapecoense), Grafite (Santa Cruz), Vitor Bueno (Santos) e Robinho (Atlético-MG), todos com oito gols.
Como mostrou um levantamento do blog em 1º de junho, se continuar mesmo na Série A até dezembro, quando terá 19 anos e 8 meses, Gabriel Jesus pode quebrar o recorde de um tal de Coutinho, do Santos, e se tornará o goleador mais jovem na história do Brasileirão unificado.
Coutinho é o único artilheiro com menos de 20 anos a contar de 1959. Quando o Santos derrotou o Botafogo na final da Taça Brasil de 1962, o atacante do Peixe tinha 19 anos e 10 meses. Nascido em 11 de junho de 1943, Coutinho conquistou o título em 2 de abril de 1963 marcando um dos sete gols que o tornaram o matador isolado daquele torneio.
“Eu não vejo jogo do Palmeiras, só vejo do Santos”, brinca o marrento Coutinho em entrevista por telefone ao blog. “Mas, pelo que me dizem, o menino é bom de bola. Eu já fiz a minha vida, parei de jogar há 40 anos, que ele faça a (vida) dele. Não tenho preocupação nenhuma com isso, se ele se tornar o caçula dos artilheiros, vou dar a ele os meus parabéns, nenhum recorde é eterno”, diz Coutinho.
A maioria dos demais artilheiros sub-20 do Brasileirão já estava na casa dos 20 anos e alguns dias ou meses. Em 2008, Keirrison, promessa do Coritiba, tinha 20 anos e 3 dias quando dividiu a artilharia do Brasileirão com os veteranos Washington e Kleber Pereira, com 21 gols cada.
Em 1994, o atacante brasiliense Amoroso disparou a fazer gols e foi artilheiro ao lado de Túlio Maravilha com 19. O meia-atacante já tinha 20 anos e cinco meses. Em entrevista ao blog, ele recorda a sensação de ter sido goleador do Nacional tão jovem. “Dá uma possibilidade de projeção muito grande. Isso faz com que o atleta tenha uma experiência futura em outros países já com essa marca importante de artilheiro do Campeonato Brasileiro. Isso é para poucos. Infelizmente, eu me machuquei nas semifinais daquele Brasileiro. Se não fosse isso, eu poderia até ter brigado pelo título e a artilharia isolada, acabei dividindo com o Túlio”, lembra. “O Gabriel Jesus precisa ter tranquilidade porque vai chegar um momento em que os gols não vão acontecer, mas ele tem faro de gol. Que continue trilhando a estrada certa porque é nome para a Seleção Brasileira principal”, aposta.
Antes de ser um dos goleadores em 1994, Túlio Maravilha foi artilheiro do Brasileirão aos 20 anos e cinco meses na edição de 1989. O matador balançou a rede 11 vezes pelo Goiás.
Na edição de 1974, Roberto Dinamite arrematou a artilharia com 16 gols vestindo a camisa do Vasco. O camisa 10 do Gigante da Colina tinha 20 anos e quatro meses ao atingir o feito. Por falar no cruz-maltino, Paulinho foi o goleador de 1978 com 20 anos e 4 meses.
Unificada ao Brasileirão pela CBF, a Taça Brasil de 1968 viu Ferretti, do Botafogo, ser o artilheiro do torneio aos 20 anos e seis meses com 7 gols defendendo a camisa do Glorioso.
Alcindo tinha 20 anos e 9 meses quando a Taça Brasil de 1965 terminou com ele artilheiro isolado pelo Grêmio com 10 gols. Em 1963, Ruiter, do Confiança, somava 20 anos e 10 meses ao se tornar o goleador máximo da Taça Brasil.
Artilharia do Brasileirão
10 gols: Gabriel Jesus (Palmeiras)
9 gols: Diego Souza (Sport)
8 gols: Bruno Rangel (Chapecoense), Grafite (Santa Cruz), Vitor Bueno (Santos) e Robinho (Atlético-MG)
7 gols: Sassá (Botafogo), Kieza (Vitória) e Fred (Atlético-MG)
6 gols: Rafael Moura (Figueirense), Kleber (Coritiba) e William Pottker (Ponte Preta)
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