Cada vez mais requisitados por partidos a fim de emprestar o rosto famoso, atrair holofotes e puxar votos, figurões do esporte começam a lidar com a chamada “trairagem” — expressão comum entre os boleiros — num campo em que ainda não dominam tão bem: a política. Depois de Vanderlei Luxemburgo tomar bola nas costas na pré-candidatura ao senado por Tocantins, o ex-volante brasiliense Túlio Guerreiro, com passagem por Goiás, Botafogo, Corinthians e Grêmio, é mais uma vítima das articulações na surdina.
Convidado a se filiar ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), Túlio topou o desafio e esperava disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados pela sigla do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, e do presidente da Câmara Legislativa, Rafael Prudente. Para surpresa dele em uma consulta ao Tribunal Regional Eleitoral, o nome não consta na lista de candidatos.
“Eu fui convidado a filiar ao MDB em março deste ano. A janela fechava em 1º de abril. Garantiram a legenda para eu me candidatar a deputado federal. Eu trabalhei pra caramba esses meses e agora, antes da convenção, tinha mais pré-candidatos do que vagas para candidatura. Para minha surpresa, em uma consulta ao site do TRE, soube que fiquei fora da legenda. Não entendi, até agora ninguém do partindo me comunicou, mas já tá sacramentado porque eu já vi a ata da convenção registrada no TRE com outros nomes e o meu está fora”, lamenta Túlio Guerreiro em entrevista ao blog.
Ex-volante foi símbolo de uma época no Botafogo
O ex-jogador de 46 anos não sabe se houve alguma influência de Ibaneis ou de Rafael Prudente na escolha dos candidatos, mas desabafa. “O que me deixou chateado não é o simples fato de eu ter ficado de fora, é ninguém do partido ter comunicado isso para mim. Isso me deixou muito decepcionado. É o que faz as pessoas se afastarem da política”, reclama o volante. O blog apurou que o convite para se filiar e candidatar à Câmara dos Deputados partiu de dentro do gabinete de Rafael Prudente.
Apesar da experiência desagradável, Túlio Guerreiro resiste:
“Eu não vou me afastar da política por causa disso, não. Pelo contrário. Agora que eu vou entrar de cabeça nisso. Se alguém quer me ver de fora não vai conseguir, não vai me dar um pé na bunda dessa maneira, não. Vou continuar trabalhando no que eu penso que pode ser melhor para o nosso país, que é o esporte. Não temos quem brigue pelo esporte do Distrito Federal lá dentro”, discursa.
Túlio Guerreiro conta que chegou a trocar ideias com o então pré-candidato ao senado Vanderlei Luxemburgo (PSB-TO) numa visita recente do professor a Brasília e ficou surpreso com a saída repentina do técnico pentacampeão brasileiro da disputa. “Ele era líder nas pesquisas”, lamenta. “Eu também estava muito bem na caminhada, não aconteceu, mas bola para a frente. Não quero ficar remoendo isso. Eu estou chateado pelo comportamento que tiveram comigo de não terem me dado o devido respeito na hora de dizer que eu não estava na nominada definitiva. Nem isso me disseram. Ninguém do MDB falou comigo”, reclama.
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