Sabe aquela brincadeira chamada de Jogo dos Oito Erros? Então, o Clássico dos Milhões desta segunda-feira foi mais ou menos parecido. Flamengo e Vasco protagonizaram cinco gols no Maracanã no primeiro duelo das semifinais do Campeonato Carioca. Quatro deles por causa de gravíssimas falhas individuais. O gol mais belo da partida, sim, foi autoral. Melhor jogador em campo ofensivamente e defensivamente, o uruguaio Giorgian Arrascaeta assinou uma obra-prima.
O Jogo dos Quatro Erros começa com Rodrigo Caio. O beque mais técnico do elenco rubro-negro bugou depois de uma cobrança de lateral e presenteou Gabriel Pec. A cria das divisões de base do Vasco foi frio para aproveitar a lambança, encher o pé de primeira e estufar a rede de Santos.
O gol de placa do meia Arrascaeta teve um pouquinho de colaboração de quem havia sido herói no Clássico dos Milhões anterior. Autor do gol da vitória por 1 x 0 no último dia 5, Pumita rebateu a bola de cabeça para o meio da área e o uruguaio lembrou os bons tempos de Zidane, quando o francês arrematava rebotes de primeira indefensáveis para goleiros como o bom Léo Jardim. A reposta do Flamengo no gol de empate foi uma pintura como aquele de Pumita, no Maracanã.
Mas aí veio o segundo dos quatro erros. O Vasco conseguia atacar o Flamengo com uma saída de bola longa, inclusive com bons lançamentos do goleiro Léo Jardim. Em um deles, Alex Teixeira ficou no mano a mano com a retaguarda rubro-negra aberto pela esquerda. Ao tentar variar, Capasso entregou a bola bisonhamente nos pés de Pedro e o centroavante virou a partida. Um duro golpe para Mauricio Barbieri. Até então, o time se comportava muito bem. Inspirada em Fernando Diniz, o técnico do Vasco congestionava o meio de campo e prejudicava Vidal e Thiago Maia na transição da defesa para o ataque. Jair, Andrey Santos e Galarza dominavam o setor.
O terceiro erro do Flamengo é no campo de ataque. Começa com um passe no fogo de Vidal, para mim um dos piores do time rubro-negro na partida, para Arrascaeta. Vidal erra um carrinho na tentativa de roubar a bola e arma uma ação ofensiva do Vasco em alta velocidade puxada pelo grandalhão Pedro Raul. Desordenada na transição defensiva, a retaguarda deixou Alex Teixeira sozinho para igualar novamente o placar. A zaga de Vítor Pereira correu várias vezes perdida para trás e escapou de ser punida mais vezes pelo arquirrival.
O gol decisivo da partida teve méritos de Everton Ribeiro, que mudou o Flamengo diante da pressão do Vasco e sofreu a falta que deu origem ao lance decisivo. Arrascaeta cobrou e Pumita protagonizou o quarto e último erro do clássico. Falhou na marcação e deixou o zagueiro Fabrício Bruno surgir sozinho na cara de Leó Jardim. Foi tão fácil que ele nem pulou para fazer 3 x 2.
Comparando com uma partida de tênis, o mandante Flamengo confirmou o serviço e venceu o primeiro set. Tomou do adversário a vantagem do empate e agora, ele, Flamengo, depende da igualdade para avançar à final contra Volta Redonda ou Fluminense. Ao Vasco, resta vencer na próxima segunda-feira. Nada é impossível para um time em rápida evolução na temporada. Ao contrário de um passado recente, joga de igual para igual e devolve o orgulho à torcida, que reconheceu o empenho da equipe.
O Clássico dos quatro erros e um acerto estupendo de Arrascaeta deixa uma lição para Flamengo e Vasco. Não se pode falhar tanto em uma partida desse tamanho. Portanto, quem bugar menos no segundo round terá o prazer de disputar o título do Campeonato Carioca. Com o perdão do trocadilho, há uma moeda em alta no Clássico dos Milhões: o peso uruguaio. Pumita decidiu o primeiro do ano. Arrascaeta fez a diferença no segundo. Será que o Varela entrará em campo no próximo? A ver…
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