Rebeldes com causa na batalha contra a Federação de Futebol do Estado do Rio e o presidente da Ferj, Rubens Lopes, Flamengo e Fluminense tiveram a chance de voltar a decidir um título pela primeira vez desde 1995 — mesmo que seja de um torneio amistoso, como é chamada a Copa Sul-Minas-Rio. Só não vão decidir por um motivo: a diretoria rubro-negra mordeu a língua ao ser vítima do próprio veneno na derrota por 1 x 0 para o Atlético-PR, na noite desta quarta-feira, no Estádio Mário Helênio, em Juiz de Fora (MG).
A reeleita diretoria rubro-negra começou 2016 botando banca de que usaria um time alternativo no Campeonato Carioca e titulares na Primeira Liga — torneio considerado prioridade do clube no primeiro semestre. Pois o Flamengo foi eliminado da Primeira Liga justamente com um time alternativo. E o que resta aos titulares? O até então desprezado Campeonato Carioca! Uma aula de fidelidade ao planejamento. De firmeza no discurso.
O presidente Eduardo Bandeira de Mello pode até cobrar do técnico Muricy Ramalho. Mas precisa assumir a sua fatia no fracasso. Pressionado pela tevê Globo, detentora dos direitos de transmissão do Carioca, o dirigente recuou na decisão de escalar um time alternativo no Estadual. Muricy Ramalho entrou na onda e fez tudo ao contrário ontem. Com apenas cinco titulares desde o início da semifinal contra o Atlético-PR — Paulo Victor, Wallace, Juan, Jorge e Willian Arão —, a equpe mista rubro-negra deu adeus à Primeira Liga e frustrou o sonho carioca de uma final entre os rebeldes do futebol carioca.
Eduardo Bandeira de Mello pagou pela falta de firmeza no discurso. E Muricy Ramalho, pela dúvida de qual torneio de fato é a prioridade neste primeiro semestre. O time já estava enfraquecido pelas ausências de Paolo Guerrero e de Cuellar, cedidos às seleções do Peru e da Colômbia, respectivamente. Compreensível. Mas o técnico resolveu abrir mão de Rodinei, Ederson, Marcelo Cirino e Emerson Sheik na escalação inicial. Das duas uma: ou o velho salto alto rubro-negro menosprezou o Atlético-PR, ou a prioridade é mesmo a partida do fim de semana contra o Volta Redonda e depois o Clássico dos Milhões em Brasília contra o Vasco, na próxima quarta-feira.
De um jeito ou de outro, o Flamengo mordeu a língua. E a prioridade, agora, é o Carioca. Pior para a Primeira Liga, que certamente preferia um Fla-Flu na finalíssima. Pior do que a eliminação rubro-negra é a evidência de que o trabalho de Muricy Ramalho não mostra evolução. Lá se vão três partidas sem balançar a rede. O ataque passou em branco na derrota para o Confiança-SE, pela Copa do Brasil. no empate por 0 x 0 com o Fluminense, pela Taça Guanabara, e na derrota de ontem para o Atlético-PR. A situação chegou a ficar tensa ontem, em Juiz de Fora, com protestos de parte da torcida próximo ao vestiário segundo relatos da Rádio Globo. As cenas dos próximos capítulos prometem…
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