Escrevi aqui no blog no dia em que o Brasiliense conquistou a Copa Verde contra o Remo, em Belém, que aquele título representava um marco no futebol candango e daria início a um período de soberania do clube de Taguatinga no futebol candango. A vitória por 2 x 1 sobre o arquirrival Gama no bom clássico desta quarta-feira, no Defelê, pela terceira rodada, reforça ainda mais a minha tese: a distância do Jacaré não somente para o Gama, mas em relação a todos os outros 20 concorrentes é enorme. Portanto, não ganhar o Candangão é obrigação. Do contrário, será um fracasso retumbante como aquele de 2018 na final contra o Sobradinho.
O Brasiliense virou uma espécie de Flamengo do Distrito Federal. Desfruta de dinheiro, excelentes premiações, estrutura, elenco muito acima da média local, camisa respeitada em 20 anos de história e, tal como o clube carioca, não tem concorrentes à altura em casa depois do desmanche do Gama na Série D do ano passado. Resultado: os verdadeiros testes do Brasiliense são em torneios regionais ou nacionais como a Copa Verde e a Série D. É onde há jogo.
O atual bicampeão candango amarga a maior crise financeira desde a fundação, em 1975, e o possível novo rival do Brasiliense surpreende negativamente. O Real Brasília amarga o último lugar no Grupo A, ou seja, está na zona de rebaixamento para a segunda divisão. Com 100% de aproveitamento, o Capital tenta preencher a lacuna deixada pelo Gama e desperdiçada pelo Real.
Como mostrou nossa repórter Maíra Nunes na matéria publicada na última quarta-feira na edição impressa do Correio Braziliense, a solução do Gama pode estar naquilo que o Brasiliense lamentavelmente largou faz tempo: as categorias de base. Apesar da derrota, o alviverde jogou bem, principalmente, no primeiro tempo. Mostrou bons valores. O goleiro Matheus teve exibição brilhante. Fechou o gol enquanto foi possível no belo duelo à parte com o atacante Zé Love. Gustavo Lila é outra promessa interessante. Belíssimo primeiro tempo, mas o rendimento dele caiu na etapa final.
Apesar dos perrengues financeiros do Gama, que deve três meses de salários ao atual elenco, o técnico Victor Santana faz bom trabalho. Porém, não é milagreiro. Tira leite de pedra com os meninos da base e não encontra respaldo financeiro para dar uma sequência profissional ao projeto. Assim como na Série D do ano passado, o alviverde é uma bomba relógio com risco de deserções a qualquer momento.
Mesmo enfraquecido tecnicamente, o Gama jogou de igual para igual com o Brasiliense por 60 minutos. Porém, o elenco é um baita diferencial entre os arquirrivais. De repente, Victor Santana olha para o banco e tem pouquíssima opções para manter o nível da atuação ou mudar o jogo. Enquanto isso, Vilson Tadei se dá ao luxo de colocar em campo veteranos como Carlos Eduardo e Jorge Henrique.
Daí eu ter chamado o Brasiliense de “Flamengo do Distrito Federal”. O Rubro-Negro nada de braçada no Estadual devido ao elenco. Se quiser, pode até se dar ao luxo de conquistar o tricampeonato usando o time C, tamanha a diferença para os concorrentes. É assim também no novo normal do Candangão. O Brasiliense é favoritaço ao primeiro título candango invicto de sua história. E desta vez tem tudo para subir da Série D para a C se não cometer seu maior pecado capital: a soberba.
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