A escolha do Flamengo por Filipe Luís ao cargo de sucessor de Tite, agora ou em 2025, era pedra cantada. A questão é: o clube realmente tem um plano de carreira para o jovem técnico ou simplesmente vampiriza, suga o sangue dele a fim de garantir as vitórias e títulos necessários às eleições de Marcos Braz na candidatura a vereador; e de Rodrigo Dunshee de Abranches — o ungido de Rodolfo Landim no pleito rubro-negro em 9 de dezembro?
Exalta-se a tradição de apostas em Paulo César Carpegiani, Carlinhos, Andrade e Jayme de Almeida, mas empurra-se para baixo do tapete equívocos cometidos com profissionais que poderiam ter sido mais úteis. O Flamengo queimou iniciantes como Filipe Luis com a mesma velocidade que lhes delegou a prancheta. Zé Ricardo e Mauricio Barbieri são os exemplos da fase rica iniciada na era Bandeira de Mello. Herdaram a prancheta, foram demitidos e não voltaram. Maurício Souza e Mário Jorge também saíram chamuscados.
O tempo passou e nenhum deles faz parte sequer de uma comissão técnica permanente. Isso não existe. Quem assume leva o combo. Portanto, Filipe Luís está em um caminho sem volta. Ou dá certo em curto prazo ou continuará carreira solo longe do Ninho do Urubu.
O risco de precipitação não é exclusividade do Flamengo. O futebol brasileiro tem triturado jovens treinadores promissores. O São Paulo, por exemplo, teve André Jardine nas categorias de base. Não houve paciência com ele no elenco profissional. O treinador arrumou as malas e faz carreira no exterior. É a sensação do futebol mexicano. Conquistou os torneios Clausura e Apertura com o tradicional América e a Copa dos Campeões.
Na temporada passada, o Botafogo apostou em Lúcio Flávio no papel de interino depois da saída de Bruno Lage. Queimou um funcionário identificado com o clube e fez contratação emergencial ao buscar Tiago Nunes para as últimas rodadas do Campeonato Brasileiro.
Adversário do Flamengo na semifinal da Copa do Brasil, o Corinthians deixou Danilo entre o céu e o inferno. Estudou promover o ídolo a técnico do elenco profissional. A empolgação durou uma partida. Bastou a derrota para o Palmeiras no clássico para recalcular a rota. Danilo foi demitido das divisões de base neste ano pelo presidente Augusto Melo. O Corinthians também rifou Fernando Lázaro. Talentoso como auxiliar-técnico, o torcedor alvinegro assumido durou apenas 17 partidas no cargo de técnico do Timão.
Alex iniciou a carreira no time sub-20 do São Paulo. Não teve oportunidade no elenco principal, mas recebeu convite do Avaí. A diretoria catarinense não teve paciência como o ex-meia e encerrou o vínculo com ele depois de 18 partidas na temporada de 2023.
O Cruzeiro acaba de descartar um profissional egresso da base. Foi buscar Fernando Seabra no elenco sub-20 do Red Bull Bragantino, viu o profissional fazer um bom trabalho e o demitiu para contratar Fernando Diniz. Mais uma impaciência com jovem técnico.
Técnicos na fase rica
2013-2024
» Gestão de Eduardo Bandeira de Mello (2013-2018)
Dorival Júnior
Jorginho
Mano Menezes
Jayme de Almeida
Ney Franco
Vanderlei Luxemburgo
Cristóvão Borges
Oswaldo de Oliveira
Muricy Ramalho
Zé Ricardo
Reinaldo Rueda
Paulo César Carpegiani
Maurício Barbieri
Dorival Júnior
» Gestão de Rodolfo Landim (2019-2024)
Abel Braga
Jorge Jesus
Doménec Torrent
Rogério Ceni
Renato Gaúcho
Paulo Sousa
Dorival Júnior
Vítor Pereira
Jorge Sampaoli
Tite
Filipe Luís
Twitter: @marcospaulolima
Instagram: @marcospaulolimadf
TikTok: @marcospaulolimadf
O Botafogo perdeu o primeiro lugar no Campeonato Brasileiro na noite deste sábado porque é…
Os times comandados pelo técnico Fernando Diniz costumam apresentar dois defeitos: sofrem muitos gols construídos…
Há cinco anos, Gabriel Veron e Kaio Jorge brindavam o Brasil com uma virada épica…
Roger Machado inventou um lateral-direito e a Seleção Brasileira precisa prestar atenção nele. Em tempo…
O sorteio das quartas de final da Nations League nessa sexta-feira, em Nyon, na Suíça,…
Os movimentos de Ronaldo Nazário de Lima, o Ronaldo, são friamente calculados desde uma viagem…