Roberto Carlos novo Roberto Carlos defende menos viagens por aumento do nível técnico das seleções. Foto: Divulgação/Fifa Roberto Carlos defende menos viagens por aumento do nível técnico das seleções. Foto: Divulgação/Fifa

Ex-companheiros no Real Madrid, Roberto Carlos e Geremi apoiam mudanças no calendário da Fifa

Publicado em Esporte

A campanha do presidente da Fifa, Gianni Infantino, por uma revolução no calendário do futebol depois da Copa 2026, com mundiais a cada dois anos e eliminatórias concentradas em um único período, ganhou dois cabos eleitorais de peso: consultados pela entidade, o aposentado lateral-esquerdo brasileiro Roberto Carlos e o ex-lateral-direito camaronês Geremi, colegas de time nos tempos de Real Madrid, apoiaam a iniciativa. Uma das intenções da entidade é reduzir a quantidade de viagens longas dos atletas a fim de otimizar o nível do futebol dos jogadores nas seleções. A Fifa convidou as associações filiadas para uma primeira cúpula online no próximo dia 30 para iniciar uma discussão global sobre o calendário do esporte mais popular do mundo.

“Essa ideia reduz o número de viagens, pois você faria as etapas classificatórias em um mês. Assim, você teria tempo para treinar, jogar bem, descansar e voltar ao clube. São muitas partidas consecutivas. Quando você soma viagem e cansaço fica muito complexo. Acho que o futebol vai melhorar muito quando esse problema for resolvido”, diz Roberto Carlos.

Campeão da Copa de 2002, vice em 1998 e bi da Copa América em 1997 e 1999, Roberto Carlos disputou 125 jogos com a camisa da Seleção Brasileira e encarou diversas vezes o longo deslocamento da Europa até a América do Sul para os jogos de Eliminatórias.

“Quando eu jogava, tínhamos uma partida no domingo, depois viajávamos naquele domingo à noite, voltávamos a jogar na quarta-feira, voltávamos na sexta-feira e jogávamos no sábado ou domingo”, conta Roberto Carlos. “O desempenho dos jogadores começa a cair automaticamente porque você não tem tempo para descansar. Quanto à viagem: eu dixava Madrid, por exemplo, e viajava para São Paulo, Buenos Aires ou Caracas na Venezuela e não teria tempo de recuperação, recorda Roberto Carlos em entrevista ao site oficial da Fifa.

 

 

Ouro nos Jogos Olímpicos de de Sydney-2000 e bi da Copa Africana de Nações em 2000 e 2002, o camaronês Geremi Njitap também apoia a proposta da Fifa. “A maioria dos jogadores africanos joga em clubes europeus. Então, quando eles participam de competições internacionais, têm de viajar da Europa para a África. Posso dizer que é muito cansativo. Quando você viaja da Europa no inverno, faz 40 graus na África. Existe um contraste aí e, naturalmente, isso tem um impacto em termos de desempenho, porque você não está 100%, avisa o jogador com passagem por Real Madrid, Chelsea, entre outros.

Geremi argumenta que o efeito colateral nas competições de seleções da África é muito grande. “Também tem um impacto em termos de carreira esportiva porque reduz o número de anos que você pode jogar na seleção nacional”, continuou. “Não é nada fácil para um futebolista africano ou um jogador asiático, sul-americano ou americano jogar na Europa em um clube e também pela seleçao do país. Portanto, é importante encontrarmos uma solução para evitar colocar os jogadores e sua saúde em risco. ”, discursou.

Duas das entidades mais fortes do futebol mundial, a Uefa e a Conmebol, que congregam os os oito campeões da Copa do Mundo — Alemanha, Espanha, França, Inglaterra, Itália, Argentin, Brasil e Uruguai — posicionaram-se contrárias à Copa de dois em dois anos.

 

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