Loco Abreu, Seedorf, Lodeiro, Carli, Gatito Fernández: sangue estrangeiro move os títulos estaduais do Botafogo no século

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Poucas vezes se viu tanta dedicação, comprometimento, raça, respeito, paixão, entrega e, principalmente, pé-quente  de jogadores estrangeiros no Botafogo quanto neste século.

A contar de 2001, o Glorioso conquistou o Campeonato Carioca quatro vezes — 2006, 2010, 2013 e 2018. Os gringos foram fundamentais para a festa em pelo menos três títulos: o uruguaio Loco Abreu (2010), o holandês Clarence Seedorf e o uruguaio Lodeiro (2013) e o argentino Joel Carli e o paraguaio Gatito Fernández no último domingo.

Loco Abreu foi o protagonista da histórica cobrança de pênalti com cavadinha que prendeu a respiração e acelerou o coração da torcida contra o Flamengo em 2010. Ao humilhar o goleiro Bruno, vingou a galera alvinegra da série de vices diante do arquirrival em 2007, 2008 e 2009. O centroavante fez o suficiente para virar um dos maiores ídolos da história do Botafogo.

A contratação do holandês Clarence Seedorf também foi um gol de placa. O meia não balançou a rede na decisão como fez Loco Abreu, mas era o dono do time dentro das quatro linhas e foi o vice-artiheiro do time comandado por Oswaldo de Oliveira. Ficou atrás apenas de um outro estrangeiro daquela equipe. O meia uruguaio Lodeiro marcou oito vezes e se tornou o artilheiro da campanha do 19º título estadual.

Ao longo da carreira, Seedorf colecionou vários títulos importantes, entre eles, quatro Ligas dos Campeões da Europa por Ajax (1995), Real Madrid (1998) e Milan (2003 e 2007). Nem por isso deixou de comover o país ao chorar na comemoração das conquistas da Taça Guanabara e Rio. Naquele ano, o Botafogo arrematou o Estadual sem a necessidade de finalíssima. “É mais uma grande emoção na minha vida profissional. Dedico o título à minha família. Estou muito emocionado e cada título que conquistei até hoje tem algo diferente, a maneira de senti-lo”.

No último domingo, o zagueiro argentino Joel Carli forçou a disputa por pênaltis com um gol aos 49 minutos do segundo tempo e deu ao paraguaio Gatito Fernández a oportunidade de juntar-se a ele como herói do 20º título carioca. O goleiro não decepcionou. Defendeu duas cobranças e foi mais um herói (gringo) em cada jogo do Botafogo nas decisões.

Marcos Paulo Lima

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