Brasiliense O Brasiliense não deixou o Villa Nova ver a cor da bola no segundo tempo. Foto: Instagram/Villa Nova O Brasiliense não deixou o Villa Nova ver a cor da bola no segundo tempo. Foto: Instagram/Villa Nova

Em alta na Série D, DF tem o melhor time e o artilheiro, mas há cascas de banana no caminho

Publicado em Esporte

Em alta na Série D do Campeonato Brasileiro, o Distrito Federal tem o time de melhor campanha geral da quarta divisão, o artilheiro e classificará seus dois representantes para as oitavas de final. Gama e Brasiliense lideram com sobra o Grupo 6 ao término da oitava rodada da primeira fase, mas a boa fase vai um pouquinho além da tabela.

Zé Love está de bem com as redes. Graças à experiência do centroavante, o Brasiliense derrotou o Villa Nova-MG na noite desta quinte-feira, em Nova Lima, por 2 x 1. O camisa 9 abriu o placar para a vitória, em Minas Gerais, e fez mais do que manter o atual vice-campeão do DF na segundo colocação da chave com 17 pontos — cinco atrás do Gama.

Aos 32 anos, Zé Love assumiu a artilharia da Série D ao lado de Alisson, do Joinville-SC. O atacante jogou com Neymar, recebeu lançamentos de Paulo Henrique Ganso, ganhou títulos nos nove times em que passou, mas não ostenta artilharia no currículo. O Brasiliense tem tradição nisso. Em 2002, Wellington Dias e Túlio Maravilha foram os goleadores da Série C do Brasileirão conquistada justamente pela equipe de Taguatinga.

O Brasiliense ainda não é um time seguro como o arquirrival Gama, mas, aos poucos, evolui sob o comando de Edson Souza. O técnico precisa aproveitar os próximos seis jogos para lapidar o time e chegar competitivo à fase que interessa, ou seja, o mata-mata. O termômetro do grupo é o Gama. Logo, o clássico de 21 de novembro, na Boca do Jacaré, pela penúltima rodada, será o trailer do que o Brasiliense pode fazer no mata-mata.

Enquanto o Brasiliense ainda é inseguro em campo e resolvido financeiramente por motivos óbvios, o Gama é o contrário. Tem um time pronto até para ser campeão, mas não resolve os dramas econômicos. O profissionalismo do elenco, líder invicto e com 92% de aproveitamento, contrasta com a pilha de boletos de pagamentos atrasados.

O grupo precisa ser tratado com o mínimo de respeito pela diretoria. Promessas se cumprem, não se renovam a cada dia, semana ou mês. A campanha Gama é digna de aplausos, mas não se engane: o elenco é um barril de pólvora. Enquanto o dinheiro não cair na conta, há risco de o belíssimo trabalho do técnico Vilson Taddei desandar.

Gama e Brasiliense vão muito bem, dão esperança de dias melhores ao futebol candango no cenário nacional — o DF está atolado na Série D há sete anos —, mas, como diria o Pelé do basquete Michael Jordan, os playoffs vão separar os homens dos meninos e apenas quatro time subirão para a terceira divisão do ano que vem. A tendência é que os adversários dos candangos na próxima fase sejam goianos. E os times do DF tremem horrores contra os vizinhos da capital até mesmo em amistosos de pré-temporada. Velho complexo de vira-lata.

 

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