Galo forte e “virador”
Semana livre para treinar é uma bênção nas mãos de técnico bom. O líder Atlético-MG mostra evolução semana após semana nas mãos do argentino Jorge Sampaoli. Resiliente, o Galo reage rapidamente quando sai atrás no placar. Foi assim, em casa, contra o Corinthians. Também diante do Vasco neste domingo. O time se impôs com uma blitz impressionante, abriu 4 x 1 e depois administrou o resultado. O ponto alto do jogo foi o golaço do Benítez. Obra-prima. Ramon Menezes teve a semana livre, mas a proposta de jogo pareceu-me confusa antes e depois da virada do Atlético. Jogos desse nível ensinam o Vasco a entender qual é o campeonato do clube nesta Série A. Manter-se mais próximo da vaga para Libertadores do que do Z-4 é um baita feito deste início de trabalho da filosofia ramonista.
Sobre os clássicos
O Grêmio de Renato Gaúcho vive altos e baixos, mas a fábrica de talentos tricolor não para. Em 2017, Luan carregou o time nas costas ao tricampeonato da Libertadores. Na sequência, Everton Cebolinha assumiu o protagonismo. Ao que parece, Pepê, ou Mbapepê, como diz a torcida tricolor, é o cara da vez. O guri de 23 anos cresce em jogos grandes. Fez gol contra o Flamengo, no Maracanã, e marcou no clássico de sábado contra o Internacional. Quanto ao colorado, o fardo de não vencer o Grêmio há 11 jogos pesa demais. Thiago Galhardo evitou o pior. Quanto ao clássico carioca, que preguiça do empate por 1 x 1 entre Botafogo e Fluminense, mas admito: não para exigir demais de um jogo disputado às 11h da manhã com o Brasil derretendo de calor. Desumano. A situação do Botafogo é deprimente: 9 empate em 13 jogos. É muito. De dois em dois pontos perdidos, o Glorioso vai se candidato a ser rebaixado.
Desfile que não empolga
Apaixonado por samba, Vanderlei Luxemburgo já desfilou por Salgueiro e Beija-Flor no carnaval do Rio, mas parece se inspirar na velha Imperatriz Leopoldinense na tentativa de conquistar o Brasileirão. O enredo do Palmeiras não empolga, não levanta a galera na “Marquês de Sapucaí”, mas o “carnavalesco” Luxemburgo aposta na regularidade, em um desfile burocrático, minimamente correto na cabeça dele, para sonhar com o título. O Palmeiras está invicto há 20 jogos, 12 deles nesta Série A, mas os jurados da bola continuam insatisfeitos. Exigem um pouco mais de brilho na avenida, entendeu, Luxemburgo?
Mãos pelos pés
Passada a euforia da torcida rubro-negra com o sucesso da estreia do goleiro Hugo Souza no empate com o Palmeiras e na goleada sobre o Independiente del Valle, é preciso cobrar dos preparadores de goleiros do Flamengo Wagner Miranda e Thiago Heler uma intensificação do trabalho feito a fim de que Neneca aprenda a sair jogando com os pés. Ouvi e li comentários de que Hugo é grandalhão (1,96m) para isso. O alemão Manuel Neuer tem 3cm a menos do que a sensação rubro-negra e é referência no tema. Quanto ao jogo, o Flamengo não fez mais do que a obrigação contra os reservas do Athletico-PR. Mais uma bela partida de Arrascaeta. Pedro, então, nem se fala. Éverton Ribeiro mudou o jogo ao substituir o inseguro Vitinho.
Rei Leão
O Flamengo que se cuide nesta quarta-feira. Enfrentará o Sport, que, de uma hora para outra, virou o melhor time nordestino no Brasileirão. Até pouco tempo, o Leão da Ilha parecia um time sem jeito sob as ordens de Daniel Paulista. Bastou Jair Ventura desembarcar no Recife para o Sport reagir. Saltou da zona de rebaixamento para o quinto lugar. Está na briga pelo acesso ao G-4. E o Mano Menezes, hein? Se brincar, daqui a pouco larga o Bahia alegando que o elenco não estava entendendo seus conceitos. Foi assim no Flamengo, em 2013. Duvido muito de que ele tenha vida longa no clube se o Bahia se consolidar na briga para não cair.
Mestre Cuca
Escrevi aqui no blog outro dia que Cuca faz o melhor trabalho da Série A na comparação entre os técnicos brasileiros. Reafirmo isso. É impressionante a transformação daquele time liderado pelo português Jesualdo Ferreira para o atual. O Santos é competitivo, corajoso, não teme se expor em busca da vitória. Cuca é dos poucos treinadores que tirou o chapéu para Jorge Jesus e Jorge Sampaoli na temporada passada. Tentou entender o que eles fizeram para revolucionar o Flamengo e o próprio Santos em 2019. Inclusive, usa alguns recursos da dupla no trabalho atual do Peixe. Mas tudo tem limite: o elenco é escasso, a maratona de jogos tem gerado baixas no grupo e a diretoria precisa urgentemente resolver as questões financeiras. Quanto ao Goiás, é um dos times mais fracos dos últimos na Série A do Brasileirão.
Potências do Sul
Dos quatro times que subiriam, hoje, para a Série A, três são a região Sul do país. A Chapecoense está em segundo, o Juventude em terceiro e o Paraná em quarto lugar. A liderança é do impressionante Cuiabá. Que belo trabalho da equipe de Mato Grosso. O Estado não tem representante na primeira divisão desde a participação do Operário de Várzea Grande no Brasileirão de 1986, ou seja, há 34 anos! A última vítima do Cuiabá foi o Cruzeiro. A Raposa está afundada no Z-4. O Fluminense conhece bem essa história. Desceu para a terceira divisão no Campeonato Brasileiro de 1998 e disputou a terceirona em 1999.
Potências do Sul (parte 2)
Dos oito times que avançariam, hoje, ao mata-mata da Série C do Campeonato Brasileiro, três são do sul. Brusque-SC, Ypiranga-RS e Londrina-PR lideram o Grupo B da terceira divisão. O quarto lugar é do Volta Redonda-RJ, mas o Criciúma-SC funga no cangote do Voltaço na quinta posição. No Grupo A, Santa Cruz, Remo, Ferroviário e Vila Nova puxam a fila do G-4.
A força do Centro-Oeste
O Cuiabá nada de braçada na Série B do Campeonato Brasileiro e o Gama tem a melhor campanha da Série D. O atual campeão do Distrito Federal é o único times entre os 64 com 100% de aproveitamento. No sábado, mostrei que apenas dois campeões da quarta divisão venceram nas quatro rodadas iniciais, feito igualado pelo time alviverde neste início de torneio. Quanto ao Brasiliense, acho correta a decisão da diretoria de voltar a jogar no Serejão, de onde jamais deveria ter saído. Cobri o Brasiliense por vários anos e via o carinho do povo de Taguatinga com o time, quando treinava e mandava partidas no estádios. O centro de treinamento do clube, no Setor de Clubes Sul, é uma da referência na cidade, mas acho que o endereço afastou o Brasiliense da torcida, do calor humano. A presença da torcida, no Serejão, será importante quando o público puder voltar ao estádio. Com portões fechados, o time empatou por 1 x 1 com o Atlético-BA. A equipe não evolui com Edson Souza.
Bem me quer… mal me quer
Curiosas as relações de Vinicius Junior e Philippe Coutinho com Real Madrid e Barcelona, respectivamente. Zinedine Zidane tem alguma implicância com Vini. Só pode. Deixou o moleque no banco pelo segundo jogo consecutivo e foi salvo novamente por ele. Belo gol do menino ao entrar em campo e abrir o placar para o triunfo merengue. Benzema ampliou o placar. Aposto que, se Zidane tivesse um Dembélé da vida no elenco, o francês seria titular. Como é Vinicius Junior, a história é outra. Insisto. Deve haver alguma implicância. E Philippe Coutinho? Peitou a torcida na primeira passagem pelo Barcelona, passou a ser visto com desconfiança, participou do massacre por 8 x 2 do Bayern de Munique contra o Barça nas quartas da Liga dos Campeões, mas começa bem a era Ronald Koeman. Foi dele o gol catalão no empate por 1 x 1 com o Sevilla no Espanhol.
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