Quebrar tradição custa um preço altíssimo. A Holanda costuma ter um sistema de jogo conservador. O 4-3-3 é quase inegociável. Dois pontas abertos e um centroavante. O técnico Ronald Koeman fez parte de algo diferente. Em 1988, a Laranja Mecânica conquistou a Eurocopa justamente na Alemanha toda trabalhada no 4-4-2 por Rinus Michels: Gullit e Van Bastem formavam a dupla de ataque e fizeram os gols do título.
O ex-zagueiro e líbero curte posar de diferentão. Por isso teve curta duração no Barcelona. Largou a Holanda para assumir o time catalão e voltou correndo para a seleção depois de 67 jogos ou 435 dias de trabalho na temporada de 2020/2021. Koeman posicionou a Holanda no 4-2-3-1 defensivamente. Com a bola, agredia no confuso modelo 3-3-4.
De Vrij, Van Dijk e Aké formavam o tripé defensivo. O beque do Manchester City era o mais ofensivo dos três. Dumfries alinhava com Shouten e Veerman no meio de campo. Na frente, Simons, Reijnders, Gakpo e Depay. Não estava funcionando. Adam Buksa abriu o placar.
Destaquei o papel de Aké na construção dos lances. Pois bem, o camisa 5 da Holanda teve papel fundamental na virada. É dele o passe para o gol de empate marcado por Gakpo ainda no primeiro tempo. Antes de voltarmos ao papel de Aké, falemos da transformação tática da Holanda a partir de duas mexidas de Ronald Koeman.
Ao inserir os pontas Malen na esquerda, Frimpong na direita e acrescentar o centroavante Weghorst, Ronald Koeman resgatou a velha Holanda do 4-3-3 a partir dos 36 minutos da etapa final e foi recompensado por isso.
Com diria Tite, os externos desequilibrantes instauraram o caos no sistema defensivo da Polônia e viram novamente Aké fazer a diferença em um belíssimo lançamento para Weghorst decretar o triunfo da Holanda na primeira rodada do Grupo D da Eurocopa.
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