Aí o Brasileirão faz minuto de silêncio em homenagem às vidas perdidas para a covid-19, à cantora Marília Mendonça e, no fim do Grenal, um torcedor do Inter provoca o rival usando um caixão para provocar o arquirrival. No mínimo, não era o momento. Para mim, um gol contra do meia Patrick por esse e outros motivos bem óbvios.
Continuamos em pandemia. Caminhamos para 700 mil óbitos causada pelo novo coronavírus. O que mais vimos recentemente foram caixões. Em alguns casos, houve falta do produto no auge da crise sanitária.
Na véspera do Grenal, a cantora Marília Mendonça e parte do estafe dela foram vítimas da tragédia aérea em Minas Gerais. O acidente comoveu o Brasil. Levou multidão às ruas de Goiânia para despedir-se dela. Em que mundo vivia Patrick enquanto tudo isso acontecia, no momento em que caixões eram expostos e fãs choravam a perda da artista?
Eis que, horas depois disso tudo, o meia do Internacional escolhe o pior símbolo possível para provocar o Grêmio, pilhar os adversários, inflamar os colorados e transformar o campo em ringue. Uma irresponsabilidade durante o período em que uma das batalhas é reeducar a volta do torcedor brasileiro aos estádios.
Torcedores do Internacional argumentarão que a torcida do Grêmio fez provocação idêntica no ano em que o time colorado caiu para a segunda divisão. Entendo, mas os tempos eram outros. Não havia um clima tão mórbido como o atual não somente no Brasil, mas no mundo. Compreender o momento está incluso no pacote de quem milita no futebol.
Aceitar que houve excesso não é feio. Muito menos pedir desculpas. Os fantasminhas da com a letra B em referência à possibilidade da terceira queda do Grêmio para a segunda divisão exibida por torcedores colorados estava no limite da tolerância. Faz parte do divertido repertório de provocações. Apelar ao ao caixão contra o Imortal foi um erro.
O episódio não dá a Bruno Cortez o direito de peitar todo mundo, colocar o dedo na cara… Uma pena que o grande tema do Grenal 434 não tenha sido outro, a manifestação de Taison na comemoração do gol da vitória do Internacional por 1 x 0 contra o Grêmio. O punho cerrado em um protesto contra o racismo.
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