DF pode ter até quatro times na Série D no revolucionário calendário da CBF

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A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciará nesta quarta-feira a maior guinada no calendário nacional desde a introdução do sistema de pontos corridos no Campeonato Brasileiro na virada da temporada de 2002 para 2003. Há 23 anos, a competição trocou o combo pontos corridos + mata-mata por apenas pontos corridos do início ao fim. Antes da divulgação desta quarta, o presidente da entidade, Samir Xaud, apresentou o esboço das ideias em visitas aos três poderes, em Brasília, e recebeu sinal verde no Executivo, no Legislativo e no Judiciário. Parceiros da entidade também foram consultadas. O diretor de Competições Julio Avelar recebeu carta branca e comandou o processo.

Comecemos pelo quintal de casa. O Distrito Federal luta para ter quatro vagas na Série D. O aumento do número de participantes de 64 para 96 pode abrir mais um acesso via ranking. A capital do país não tem representantes na Série C desde o rebaixamento do Brasiliense, em 2013. O DF acumula 13 anos na quarta divisão.

Os 28 classificados para a segunda fase da Série D em 2025, que não subiram, se juntarão aos quatro rebaixados da C e aos 64 classificados por meio dos estaduais, totalizando 96 times.

Entre os representantes do DF, o atual campeão do Candangão, Gama, e o vice, Capital, entrarão como campeão e vice candango de 2025, respectivamente. O Ceilândia tem vaga assegurada por ter avançado ao mata-mata. A novidade pode ser o acréscimo do Brasiliense via ranking da CBF. A projeção para a lista de 2026 é de que o Jacaré seja o melhor time candango, em 73º lugar. O Ceilândia deve iniciar a próxima temporada em 77º.

O Distrito Federal também pode ser beneficiado com vagas no ranking das federações de 2026. A tendência é que a Federação de Futebol do Distrito Federal ultrapasse a do Piauí no ranking e passe a ocupar o 19º lugar. Parece que não, mas uma posição faz diferença na hora de ganhar ou perder um bilhete em competições dilatadas com muitos clubes.

O ranking pode ser utilizado para o preenchimento de lacunas deixadas por vagas acumuladas por um mesmo clube, ou seja, quem se garantiu via estadual e por ter disputado o mata-mata nesta temporada.

A Série A do Campeonato Brasileiro será esticada e passará a ser disputada praticamente o ano inteiro em vez dos atuais nove meses. Consequentemente, haverá efeito colateral na organização dos estaduais. Como não tem representante na elite desde 2005, o DF não sofrerá impacto no calendário doméstico. O Candangão do ano que vem deve começar em 14 de janeiro e terminar antes do início da Série D.

A Copa Verde também passará por mudanças. O plano da CBF é regionalizar o torneio com a Copa Centro-Oeste de um lado, e a Copa Norte do outro. A final seria disputada entre os campeões de cada braço da competição. A Copa Centro-Oeste, disputada de 1999 a 2002, reunirá times do Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e o acréscimo do Espírito Santos. A Copa Norte, realizada de 1997 a 2002, abrigará  Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Gama e Capital têm vaga assegurada. Em 2025, o Brasiliense entrou pelo ranking e a capital teve três representantes.

Um outro debate é sobre a ampliação da Série C. A terceira divisão é disputada por 20 clubes. A tendência é pelo aumento para 24 clubes a partir de 2027. A próxima edição teria apenas dois rebaixados para a D, e a quarta divisão catapultaria seis para a C.

Segundo torneio mais relevante do país, a Copa do Brasil passará por transformações inspiradas numa recente mudança da FA Cup. Pioneiros desse tipo de competição na temporada de 1871/1872, os ingleses aboliram o jogo de volta (replay) quando havia empate no duelo de ida. Pará economizar datas, a CBF priorizará partidas em jogo único e deve aumentar a quantidade de fases. Os times da Libertadores e outros beneficiados entrariam a partir da quinta fase.

A maior novidade será a realização da final única na Copa do Brasil. A alteração igualaria as copas nacionais de países europeus, cujas finais são disputadas em campo neutro, prioritariamente em arena da capital do país. É assim na Alemanha, França, Inglaterra e Itália. Berlim, Saint-Denis, Londres e Roma são sedes fixas das decisões. Há um encaminhamento para que o Mané Garrincha, em Brasília, seja sede da primeira final única. O plano é transformar o jogo no “Super Bowl” brasileiro. Fazer o país a parar e ver o show.

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Marcos Paulo Lima

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