Dez pitacos sobre futebol candango, nacional e internacional no fim de semana da bola

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1. Segunda melhor campanha
O Palmeiras ficou a um ponto de igualar o recorde do Corinthians em 2015. No ano passado, o Timão fechou o Campeonato Brasileiro com 81 pontos, o melhor desempenho da era dos pontos corridos com 20 clubes, ou seja, a contar de 2006. O Palmeiras igualou a campanha do Cruzeiro de 2014 e fechou com 80 pontos. A diferença de nove pontos em relação ao Santos e ao Flamengo mostra o quanto o eneacampeonato alviverde é inquestionável. Errata: esta nota substitui a anterior, na qual eu informava que a campanha do Palmeiras é recorde. Falha minha.

2. Vice merecido
Escrevi no post anterior sobre a campanha do Santos em 2016. Para mim, excelente, diante de tantas convocações das seleções sub-20, olímpica e principal ao elenco comandado por Dorival Júnior. Sem contar a venda de Gabigol para a Internazionale e contusões como a de Ricardo Oliveira, que enfraqueceram ainda mais o elenco. Mesmo assim, Dorival Júnior levou o Peixe ao vice-campeonato. É o melhor resultado pessoal do treinador na história da Série A. Ele no máximo havia atingido o quinto lugar com Cruzeiro (2007), Coritiba (2008) e Internacional (2011). O título brasileiro de Dorival Júnior está cada vez mais maduro. Cabe à diretoria do Santos manter o excelente trabalho do comandante.

3. Terceiras intenções
O Flamengo escapou de ser vice pela segunda vez na história do Brasileirão unificado, ou seja, a contar de 1959. A única vez que o time da Gávea foi segundo aconteceu em 1964. Perdeu o título da Taça Brasil para o Santos, de Pelé. A campanha do Flamengo em 2016 é ótima. Os 71 pontos superam os 67 do título de 2009. Digo mais. Com 71 pontos, o Flamengo seria campeão do Brasileirão de 2010 e de 2011. Poderia ter sido melhor? Sim. Mas vale lembrar que o elenco foi sendo montado ao longo do campeonato, enquanto o Palmeiras, por exemplo, tinha uma base do ano passado, que virou um time altamente competitivo neste ano. Lembro que o presidente Eduardo Bandeira de Mello disse que o Flamengo seria campeão brasileiro em 2017. Que trabalhava para isso. Então, o ano chegou. Resta ao Flamengo não decepcionar quem teve paciência até agora para esperar.

4. Libertadores
Além de Palmeiras, Santos e Flamengo, estão classificados para a Libertadores — via Brasileirão — Atlético-MG, Botafogo e Atético-PR. A campanha do Galo, para mim, é a mais decepcionante da Série A. Quatro lugar é muito pouco para um dos elencos mais badalados do país. O Botafogo merece aplausos. Que arrancada nas mãos do técnico Jair Ventura! É a segundo melhor campanha de um time que subiu da segunda divisão. Perde apenas para o Grêmio, terceiro colocado em 2006, ano em que voltava à elite. Belíssimo trabalho também de Paulo Autuori à frente do Furacão. É bem verdade que o time tentou fazer de tudo para deixar a vaga escapar ao empatar em casa, por 0 x 0, com o Flamengo, mas deu para o gasto.

5. Já vi esse filme…
Gosto muito do técnico Oswaldo de Oliveira, mas os dois últimos trabalhos dele à frente de clubes grandes no Campeonato Brasileiro são frustrantes. No ano passado, o vendedor de sonhos chegou a inserir o Flamengo no G-4. Herdou o cargo de Cristóvão Borges, mas não conseguiu classificar o rubro-negro para a Libertadores. Neste ano, a história se repetiu no Corinthians. Sucedeu Cristóvão Borges e não conseguiu terminar em sexto — repito — sexto lugar para levar o Timão ao torneio continental. Desculpa aí, Oswaldo, mas é, sim, um fracasso retumbante. Daqueles de começar a segunda-feira dando uma passadinha no RH da firma. O prejuízo do Corinthians é enorme.

6. Segunda Liga
Os maquiavéis da Barra da Tijuca devem estar sorrindo de orelha a orelha na sede da CBF. Dos quatro clubes rebaixados para a segunda divisão, três são da liga rebelde, a Primeira Liga: Internacional, Figueirense e América-MG. O Santa Cruz completa a lista. Rebaixado pela primeira vez em mais de 100 anos de história, o Inter cai 10 anos depois de ter conquistado o mundo. Entra para a história como o terceiro time na era dos pontos corridos que liderou e foi rebaixado na mesma edição do Brasileirão. Os outros foram o Criciúma, o Santa Cruz e agora o Internacional. Lisca não deve ficar. A tendência é que Antônio Carlos Zago, ex-Juventude, seja anunciado como comandante colorado para o difícil ano de 2017. Que não se repita no ano novo o que aconteceu no velho: quatro trocas de técnico. Isso resume bem o vexame da equipe gaúcha.

7. Tinha necessidade, mesmo?
A CBF cumpriu todo o protocolo de Chapecoense x Atlético-MG na Arena Condá. Bola, árbitros, placas de publicidade, tudo como se fosse ter jogo. No fim das contas, houve um sábio duplo W.O liderado pelo Galo em respeito ao acidente aéreo que deixou a Chapecoense com apenas 11 jogadores no elenco. Na minha humilde opinião, uma formalidade desnecessária. Mas Marco Polo Del Nero, em mais uma bizarrice de sua gestão, chegou a pedir para a Chapecoense entrar em campo nem que fosse com jogadores do sub-20 completando o elenco. E que seria uma grande festa em Chapecó. Sem noção é o mínimo que posso dizer. Parabéns aos presidentes Daniel Nepomuceno e Ivan Tozzo por baterem o pé.

8. Piores artilheiros da história
Cantei a bola em 16 de outubro aqui no blog. O Brasileirão caminhava para ter o pior artilheiro da era dos pontos corridos. Eles são três: William Pottker (Ponte Preta), Diego Souza (Sport) e Fred (Atlético-MG) terminaram a Série A com 14 gols, dois a menos do que Souza, goleador de 2006 com 16 bolas na rede. Até então, era o pior desempenho de um artilheiro no atual formato da primeira divisão. A camisa 9 pede s-o-c-o-r-r-o!

9. Santo de casa não faz milagre
O líder do Campeonato Inglês é o Chelsea, do técnico italiano Antonio Conte. O Real Madrid, do francês Zinedine Zidane, ocupa o primeiro lugar no Espanhol. Na Alemanha, o Bayern de Munique, do italiano Carlo Ancelotti, dita o ritmo da Bundesliga. O Nice segura o topo no Campeonato Francês comandado pelo suíço Lucien Fravre. É ou não é uma torre de babel as cinco principais ligas da Europa. A exceção é o Italiano, que tem um santo de casa — Massimiliano Allegri — na liderança comandando a Juventus.

10. Fuga da capital
O Gama está perdendo um excelente profissional para o futebol paulista. O analista de desempenho Gabriel Magalhães abasteceu os técnicos Amedeo Mangone, Arthur Bernardes e Reinaldo Gueldini de informações detalhadas dos adversários alviverdes na temporada. Fez sucesso, principalmente, na Copa do Brasil. O Gama conseguiu chegar até a terceira fase do mata-mata nacional. Gabriel Magalhães, recém-formado no curso da CBF, foi chamado por Osmar Loss e outros integrantes da base para trabalhar nas divisões de base do Corinthians. Uma baita perda para a comissão técnica em 2017.

Marcos Paulo Lima

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