Dez pitacos sobre futebol candango, brasileiro e internacional no fim de semana

1. Os favoritos e a demissão

Não foi apenas falta de resultado a causa da demissão do técnico Reinaldo Gueldini do Gama. Uma fonte conta que o elenco não suportava mais uma suposta influência do auxiliar-técnico de Gueldini, Jonhes Santos, na escalação do time. A situação chegou ao limite depois da derrota por 1 x 0 para o Paracatu, no sábado, na partida de ida pelas quartas de final.

Ao blog, Jonhes Santos falou sobre o desgaste. “Eu sou auxiliar, não sou fantoche. O meu papel é esse. Para carregar bola e cone tem outras pessoas. O meu papel é dizer quem está bem ou não. Cabe ao Reinaldo acatar ou não”, afirmou Jonhes.

Reinaldo Gueldini não quis comentar a demissão. “Eu só tenho a agradecer a chance que me deram”. O presidente Weber Magalhães alega que o time não vence há quatro partidas. Uma derrota para o Sobradinho e empates contra Ceilândia, Real e Paracatu. Depois de uma reunião com a diretoria na manhã de domingo, o dirigente comunicou Gueldini da demissão por telefone.

Crise do Gama à parte, Ceilândia e Brasiliense mostraram que são os favoritos a decidir o título neste ano. No reencontro entre os finalistas de 2016, o Alvinegro humilhou o atual campeão, Luziânia, por 5 x 1. Romarinho fez três gols. É o artilheiro do Candangão com nove bolas na rede. No Mané, o Brasiliense fez o duelo com o Real ficar fácil: 3 x 0. Esperava equilíbrio nesse duelo.

Nas semifinais, o Ceilândia pega o sobrevivente entre Gama e Paracatu. Na outra perna, o Brasiliense terá pela frente Santa Maria ou Sobradinho. Portanto, está pintando uma decisão entre os dois times que dividem o Abadião: Brasiliense e Ceilândia.

2. Simon sincero!

Pergunta do Edmundo ao comentarista de arbitragem Carlos Eugênio Simon no programa A Última Palavra, da FOX, neste domingo…

Edmudo: Camisa pesa em um jogo entre um grande contra um pequeno?

Simon: Pesa

Faz 15 anos. No primeiro jogo da final da Copa do Brasil de 2002, Carlos Eugênio Simon não assinalou uma falta na jogada que originou o segundo gol corintiano, marcado por Gil, e não deu um pênalti a favor do Brasiliense em um Morumbi lotado. No fim das contas, o Corinthians foi campeão.

Na época, Simon afirmou: “Não trabalho assistindo os lances pela tevê. Apito o jogo dentro de campo e não errei”.

Dono do Brasiliense, Luiz Estevão disse na época. “Ele roubou e tem que ser punido. De juiz eu espero esquecer o nome assim que acaba um jogo de futebol, mas com ele foi diferente. Não dá para esquecer. Ele prejudicou o Brasiliense. O mundo sabe disso. Só vou fazer o que é justo porque ele foi desonesto”, reclamou Luiz Estevão, atualmente preso na Papuda.
3. Ouviu, Zé?

O zagueiro Rodrigo, do Vasco, fala pouco e diz muito. A análise dele sobre a eliminação do Flamengo da Taça Rio, no sábado, é precisa. O beque disse que o Flamengo tem muita posse de bola, mas cruza demais a bola para a área. Ironizou que o time rubro-negro mantém o emprego dele e de Rafael Marques. A impressão que eu tenho é a seguinte: Zé Ricardo chegou  ao seu limite. Não consegue reinventar o time. Isso pode custar caro na quarta-feira, contra o Atlético-PR, pela Libertadores. Quanto ao Botafogo, o melhor reforço para o restante da temporada é o Sassá. Com a cabeça no lugar, joga muito. E o Abel Braga? Fez muito bem ao dar milhagens para os garotos de Xerém. O resultado pouco interessa.

4. Metade do time impedido!

Muito estranho o comportamento da Ferj. Horas depois da coleção de lambanças do árbitro Luis Antonio Silva Santos aqui em Brasília, no empate por 2 x 2 entre Flamengo e Vasco no mês passado, a entidade máxima do futebol carioca afastou  o juiz e o auxiliar Daniel do Espírito Santo Parro. Neste domingo, não mandou para a geladeira o auxiliar Rodrigo Corrêa, que deixou de marcar impedimento de Dudu Cearense e outros quatro do Botafogo na vitória sobre o Fluminense. Estranho, muito estranho… No mínimo.

5. Nas mãos do Santos

Neste século, a semifinal do Campeonato Paulista só reuniu os quatro grandes três vezes: em 2015, 2011 e 2009. A quarta pode ser confirmada nesta segunda-feira, se o Santos passar pela Ponte Preta. Neste domingo, foi a vez de o Corinthians eliminar o Botafogo. Por sinal, mais uma vitória magrinha: 1 x 0. É a sétima vez que o time de Fabio Carille vence pela contagem mínima em 20 jogos na temporada. O Timão provavelmente vai cruzar com o São Paulo nas semifinais. E deve sofrer muito se continuar vencendo tão apertado assim.

6. Dedé, Fábio e Marlone

Bacana demais ver o reencontro do zagueiro-artilheiro Dedé com as redes. Bacana demais ver Fábio de volta ao gol do Cruzeiro, embora tenha em Rafael um baita concorrente para o restante da temporada. Marlone mostrou serviço ao Roger Machado na derrota para a Caldense. Pode ser muito útil nas semifinais do Estadual e até na Libertadores.

7. Barbaridade, tchê!

O Grêmio avançou às semifinais com dois dos cinco gols marcados por jogadores estrangeiros: Bolaños e Barrios. O Inter desbancou o Cruzeiro com dois gols gringos — de Cuesta e Nico López. O tricolor gaúcho vai ter um trabalho danado com o bom time do Novo Hamburgo. O Internacional também contra o time “caxias” do Caxias. Não ficarei surpreso se não rolar Gre-Nal na decisão…

8. Primeiro de sete possíveis

Muito axé no Ba-Vi da Arena Fonte Nova. Belo público de 33.308 pagantes, o melhor do fim de semana. Neste ano, os arquirrivais podem se enfrentar até sete vezes. Mais duas em uma provável final do Estadual, outras duas na semifinal da Copa do Nordeste, e mais duas na Série A do Brasileirão. Tanto Argel Fucks quanto Guto Ferreria fazem bons trabalhos, mas o grande título da temporada é permanecer na primeira divisão em 2018.

9. Clássicos internacionais

No sábado, vi o empate por 1 x 1 entre Real Madrid e Atlético de Madri. Impressionante o repertório de Diego Simeone para mudar um jogo. O mérito do gol de empate, do excelente Griezmann, é todo dele. Outra constatação: Cristiano Ronaldo está fazendo hora extra no time merengue. Acho que já deu. Em outro post durante a seman prometo apontar por que eu acho que já deu.

Também acompanhei o duelo entre Bayern de Munique e Borussia Dortmund. A impressão que eu tenho é que o Real não vai aguentar o Bayern. A trupe do Carlo Ancelotti está jogando muito. Chinelinhos nos tempos de Pep Guardiola, Ribéry e Robben estão felizes da vida com Ancelotti.

10. Entreguem a taça

Anota aí o que eu vou dizer: a imprensa argentina banca que Edgardo Bauza será demitido nesta segunda-feira do cargo de técnico da Argentina. Se isso acontecer, e Jorge Sampaoli assumir, entreguem a taça da Copa de 2018 aos hermanos. O cara vai transformar um bando num timaço. Não entra na minha cabeça que o cara campeão da Copa América à frente do Chile, anulando Lionel Messi, e responsável pela belíssima temporada do Sevilla no Campeonato Espanhol, não conseguirá use seus neurônios para tirar os hermanos da fila de 24 anos sem título com a seleção principal — o último foi a Copa América de 1993. Se o escolhido da AFA for Diego Simeone, aí, sim, pode dar jogo na Copa. Do contrário, vejo a Argentina chegando forte na Rússia. Mas precisa primeiro se classificar, né…

11. Acréscimos

Não esqueci de falar da expulsão do Neymar, não. Escrevi no sábado sobre o sétimo cartão vermelho na carreira do brasileiro. Tem até a lista lá, jogo a jogo. Clica aí, passa lá.