A esperada derrota do Brasil por 2 x 0 para o atual campeão olímpico Canadá na segunda rodada da SheBelieves Cup, em Nashville, nos Estados Unidos, deixou evidente duas gravíssimas limitações das nossas jogadoras: a finalização e as tomadas de decisão, principalmente, no último terço, ou seja, nas proximidades da área adversária.
A CBF deseja que todos os 124 times das quatro divisões do país mantenham times de futebol feminino até 2027, porém o desafio é a carência de investimento nas divisões de base. Os gols desperdiçados pela Seleção e a sucessão de passes equivocados evidenciam problemas relevantes de fundamento. Portanto, a discussão vai muito além do cumprimento da lei por uma centena de clubes. É preciso dar qualificação profissional nas aulas de educação física dos colégios, escolinhas e nas categorias de formação.
A entidade máxima do futebol brasileiro estuda investimentos na base, mas a estratégia precisa ser definida e colocada em prática urgentemente. “Temos procurado fazer investimentos mais significativos no futebol feminino, não só em premiações, mas também em competições. Em 2023, a CBF pretende investir para que o futebol feminino possa ter uma competição de base, principalmente uma nacional e sub-17, na qual as equipes possam estar jogando e revelando talentos”, promete o presidente Ednaldo Rodrigues.
A carência na base é o debate macro, um problema estrutural. Impacta o trabalho da técnica Pia Sundhage na Seleção. Ela não dispõe de uma centroavante de altíssimo nível para converter as oportunidades em gol. Temos boas atacantes. Nenhuma confiável como a desprezada veterana Cristiane, por exemplo. Falta alguém com frieza dentro da área. As oportunidades são criadas, no entanto há um desperdício absurdo de chances.
Mais forte do que quando eliminou o Brasil nas quartas de final dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, o Canadá suportou a pressão — e até mesmo empolgação — verde-amarela no primeiro tempo e aos poucos usou a superioridade técnica e tática para construir a vitória com muita competência. Resultado esperado diante de uma das seleções favoritas ao título da Copa do Mundo, a partir de 20 de julho, na Austrália e Nova Zelândia.
A perspectiva em relação ao desempenho do Brasil no torneio não é boa, mas os amistosos de alto nível contra duas seleções campeãs mundiais como Japão e Estados Unidos e a atual detentora do ouro olímpico são uma excelente régua para Pia Sundhage finalmente definir a formação titular para o início do sonho do título inédito no Grupo F.
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