San Lorenzo, o time do papa, defende o título
Imagem: Reuters/Osservatore Romano
Em 2014, nenhum time brasileiro chegou à final dos dois principais torneios de clubes do continente. A Libertadores foi vencida pelo San Lorenzo — o time do papa Francisco. A Copa Sul-Americana ficou com o River Plate. Em uma prova mais recente de fragilidade diante dos vizinhos, a Seleção Brasileira Sub-20 terminou em quarto lugar na competição da categoria. Para variar, deu Argentina.
A fé que move o sonho de reconquistar a América está depositada nos cinco times brasileiros campeões da Libertadores classificados para a 56ª edição do torneio. A missão de tomar a taça do time do papa está delegada a viciados em títulos. O São Paulo busca o tetra. Cruzeiro e Inter caçam o tri. Corinthians e Atlético-MG sonham com o bi. Em caso de sucesso, o futebol nacional sairá do purgatório, ao menos até a Copa América do Chile. Do contrário, continuará ajoelhado rezando por um milagre.
Vice da Copa do Mundo e atual campeã da Libertadores, da Sul-Americana e do Sul-Americano Sub-20, a Argentina vive tempos abençoados desde a ascensão do papa Francisco no Vaticano. Os hermanos usarão os poderes espirituais para deter o Brasil. O San Lorenzo defenderá o título. Boca Juniors, River Plate, Estudiantes, Racing e Huracán são os demais representantes do país na fase de grupos. Por sinal, o Boca tem a chance de igualar o recorde de conquistas do Independiente. Ausente nesta edição, o arquirrival é o único heptacampeão na história da Libertadores.
Mesma ladainha
No século 21, o título sul-americano só não ficou com clubes brasileiros ou argentinos três vezes em 14 torneios. Em 2002, deu Olimpia, do Paraguai. Dois anos depois, a surpresa foi o Once Caldas, da Colômbia. Na edição de 2008, a LDU, do Equador, deu a volta olímpica no Maracanã
Candidatos a zebra não faltam. Nas últimas edições, Defensor, do Uruguai; Nacional, do Paraguai; e Independiente Santa Fé, da Colômbia, pintaram nas semifinais. Nesta edição, é bom ficar de olho no Atlético Nacional, de Medellín, campeão em 1989, e no Independiente Santa Fé.
Se mantiver a tendência dos últimos três anos, a Libertadores deste ano terá um campeão inédito. Foi assim com Corinthians (2012), Atlético-MG (2013) e San Lorenzo (2014). O atual detentor do troféu é um sinal dos novos tempos para o futebol brasileiro. Não basta ter dinheiro — um dos diferenciais da hegemonia verde-amarela de 2010 a 2013. O quinteto brasileiro terá de jogar muita bola na edição que tem tudo para ser uma das mais equilibradas dos últimos tempos.
CONHEÇA AS CHAVES DOS BRASILEIROS NA “LIBERTA”
GRUPO 1
A chave do Atlético-MG não é fácil. O Independiente Santa Fé ganhou dois títulos colombianos em 2014 e tenta se recuperar da má campanha na Libertadores passada. O Colo Colo tem no currículo um título continental e 30 chilenos. O Atlas incomodará, principalmente, no México.
O centroavante argentino Lucas Pratto é candidato a artilheiro do Galo
Atlético-MG
Título: 1 (2013)
Time-base (4-4-2)
Victor
Marcos Rocha, Leonardo Silva, Jemerson e Pedro Botelho
Luan, Leandro Donizete, Rafael Carioca e Dátolo
Carlos e Lucas Pratto
Técnico: Levir Culpi
Estádio: Independência, em Belo Horizonte
Independiente – COL
Título: não tem
Time-base (4-4-2)
Zapata
Anchico, Mina, Meza e Mosquera
Arias, Seija, Torres e Pérez
Páez e Morelo
Técnico: Gustavo Costas (ARG)
Estádio: El Campín, em Bogotá
Colo Colo – CHI
Título: não tem
Time-base (4-4-2)
Villar
Fierro, Vilches, Maldonado e Beausejour
Vecchio, Valdes, Baeza e Delgado
Suazo e Paredes
Técnico: Héctor Tapia (CHI)
Estádio: Monumental, em Santiago
Atlas – MÉX
Título: não tem
Time-base (4-4-2)
Villar
Pérez, Kannelmann, Venegas e Castillo
Ramírez, Marcos da Silva, Millar e Medina
Caballero e Barragán
Técnico: Tomás Boy (MÉX)
Estádio: Jalisco, em Guadalajara
GRUPO 2
É a chave mais forte. São três campeões continentais. O atual, San Lorenzo, o Corinthians, vencedor do torneio em 2012, e o São Paulo, tri em 1992, 1993 e 2005. O time do papa Francisco não é a única preocupação. Campeão uruguaio de 2014, o Danúbio exige respeito.
Luis Fabiano ainda não tem o título
São Paulo
Títulos: 3 (1992, 1993 e 2005)
Time-base (4-4-2)
Rogério Ceni
Bruno, Dória, Rafael Tolói e Reinaldo
Ganso, Denílson, Souza e Michel Bastos
Técnico: Muricy Ramalho
Estádio: Morumbi, em São Paulo
San Lorenzo – ARG
Título: 1 (2014)
Time-base (4-4-2)
Torrico
Buffarini, Cetto, Caruzzo e Más
Mercier, Mussis, Kalinski e Barrientos
Blanco e Cauteruccio
Técnico: Edgardo Bauza (ARG)
Estádio: Nuevo Gasómetro, em Buenos Aires
Danubio – URU
Títulos: não tem
Time-base (4-4-2)
Ichazo
Peña, De los Santos, Formiliano e Ricca
I. González, G. González, Sosa e Tabárez
Castro e Fornaroli
Técnico: Leonardo Santos
Estádio: Jardines del Hipódromo, em Montevidéu
Vágner Love: aposta do Corinthians
Corinthians
Títulos: 1 (2012)
Time-base (4-4-2)
Cássio
Fagner, Felipe, Gil e Fábio Santos
Jádson, Ralf, Elias e Renato Augusto
Emerson Sheik e Guerrero (Vágner Love)
Técnico: Tite
Estádio: Arena Corinthians, em São Paulo
GRUPO 3
Bicampeão brasileiro, o Cruzeiro tem tudo para ter a melhor campanha geral. O único perigo é o Huracán. O bom time argentino volta à Libertadores após 42 anos. Vice venezuelano em 2014, o Mineros não assusta, assim como o Universitario, campeão do Torneio Clausura.
Leandro Damião é uma das novidades do Cruzeiro na caça ao tri
Cruzeiro
Títulos: 2 (1976 e 1997)
Time-base (4-2-3-1)
Fábio
Mayke, Léo, Paulo André e Mena
Henrique e Willians
De Arrascaeta, Marquinhos e Willian
Leandro Damião
Técnico: Marcelo Oliveira
Estádio: Mineirão, em Belo Horizonte
Mineros – VEN
Títulos: não tem
Time-base (4-4-2)
Romo
Vallenilla, Machado, Cuevas e Sampedro
Cabello, Acosta, Jiménez e Pérez
Valoyes e Cabezas
Técnico: Marcos Mathias (VEN)
Estádio: Cachamay, em Ciudad Guayana
Universitario de Sucre – BOL
Título: não tem
Time-base (4-4-2)
Robledo
Loras, Filippetto, Ballivian e Cuéllar
Bejarano, Saucedo, Camacho e Cuesta
Ribera e Castro
Técnico: Julio César Baldivieso (BOL)
Estádio: Olímpico Patria, em Sucre
Huracán – ARG
Títulos: não tem
Time-base (4-3-3)
Diaz
Macinelli, Echevarría, Domínguez e Balbi
Villarruel, Vismara e Toranzo
Gamarra, Abila e Torassa
Técnico: Néstor Apuzzo (ARG)
Estádio: Tomás Ducó, em Buenos Aires
GRUPO 4
O Internacional não terá vida fácil. Emelec e Universidad de Chile foram campeões no segundo semestre no Equador e no Chile, respectivamente. Outro problemão é altitude de La Paz. O The Strongest não abre mão de roubar pontos dos adversários 3.600m acima do nível do mar.
Inter buscou Anderson no Manchester United para o torneio continental
Internacional
Títulos: 2 (2006 e 2010)
Time-base (4-2-3-1)
Alisson
Léo, Ernando, Réver e Fabrício
Nilton e Aránguiz
D’Alessandro, Vitinho e Anderson
Nilmar
Técnico: Diego Aguirre (URU)
Estádio: Beira-Rio, em Porto Alegre
Emelec – EQU
Títulos: não tem
Time-base (4-3-3)
Dreer
Guagua, Achiler, Bagui e Giménez
Mena, Quiñonez e Bolaños
Lastra, Fernández e Quintero
Técnico: Gustavo Quinteros (BOL)
Estádio: George Capwell, em Guaiaquil
Universidad de Chile – CHI
Título: não tem
Time-base (3-4-3)
Herrera
Magalhães, González e Rojas
Fernández, Suarez, Lorenzetti e Pereira
Espinoza, Benegas e Canales
Técnico: Martín Lasarte (URU)
Estádio: Nacional, em Santiago
The Strongest – BOL
Título: não tem
Time-base (4-4-2)
Vaca
Wayar, Centurión, Martelli Díaz e Torrico
Cristaldo, Chumacero, Castro e Bajter
Pablo Escobar e Ramallo
Técnico: Néstor Oscar Craviotto (ARG)