A Secretaria Geral da Mesa do Senado marcou para a próxima terça-feira (3) a posse do senador Carlos Francisco Portinho. Advogado de confiança do Brasiliense, ele era o primeiro suplente de Arolde de Oliveira (PSD-RJ). O titular morreu no último dia 21. Aos 47 anos, Portinho acumula vitórias e derrotas na esfera esportiva representando vários clubes do país, entre eles, o de Luiz Estevão, senador cassado em 2000 — ano da fundação do time vice-campeão da Copa do Brasil (2002) e campeão das séries C (2002) e B (2004) do Brasileirão.
Um dos julgamentos mais famosos e badalados da coleção de Portinho opôs o Brasiliense de Luiz Estevão e o Vasco e Eurico Miranda no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) na abertura do Campeonato Brasileiro de 2005.
Punido pelo STJD devido ao comportamento da torcida no quadrangular da Série B de 2004, o então campeão da segunda divisão teria de jogar com portões fechados na estreia do clube na elite. No entanto, houve comercialização de ingressos para a partida disputada no velho Mané Garrincha. Em campo, os dois times empataram por 2 x 2. Fora dele, os pontos da partida ficaram com o Vasco.
Carlos Portinho representou o Vasco no julgamento realizado em 5 de maio de 2005, no Rio. O STJD acatou o pedido do clube presidido por Eurico Miranda, impugnou o resultado da partida e deu os pontos ao clube de São Januário. O placar ficou Vasco 1 x 0 Brasiliense. Contrariado, o advogado do Brasiliense alegou, à época, que o Brasiliense cumpriu determinação da Justiça comum ao vender bilhetes para a partida.
Em 2013, Carlos Portinho representou o Brasiliense na batalha pela permanência na Série C. O clube alegava que a CBF havia alterado o critério para o rebaixamento à quarta divisão, ou seja, desrespeitando o Estatuto do Torcedor. O time de Taguatinga havia perdido por 2 x 1 para o Cuiabá na última rodada da terceira divisão e fechou a primeira fase na zona de rebaixamento. O STJD manteve o resultado de campo e o Brasiliense caiu para a Série D.
O advogado e agora senador representou o Brasiliense em inúmeros casos complicados. Um deles, envolvendo o atacante Jobson. Flagrado em exames antidoping contra o Coritiba e Palmeiras no Brasileirão 2009, quando estava emprestado pelo Brasiliense ao Botafogo, o jogador foi representado por Carlos Potinho. O STJD suspendeu Jobson por dois anos depois de o jogador confessar o consumo de crack.
Neste ano, Portinho foi o escudeiro do Brasiliense no episódio das faixas de protesto contra o árbitro Cristiano Gayo na partida contra o Real Brasília pela décima rodada do Candangão. Torcedores do Jacaré exibiram faixas “Fora Cristiânus Gayo” e “Fora Cristiano Gayo safado”. Os promotores do Tribunal de Justiça Desportiva do DF denunciaram o clube alegando que o protesto tinha teor homofóbico. Também tentou enquadrá-lo, mas o Brasiliense foi absolvido.
Carlos Portinho tem 47 anos. Assim como o antecessor Arolde de Oliveira, é filiado ao PSD. Ocupou o cargo de secretário de Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro e secretário municipal de Habitação do Rio. Especializado em direito desportivo, foi vice-presidente jurídico do Flamengo e representou outros clubes como Fluminense, Cruzeiro, Atlético-MG, São Paulo, Santos e Palmeiras. Trabalhou também como professor universitário e assessor parlamentar. É sócio da Stockler Macintyre e Portinho Advogados.
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