A eleição de Pedro Paulo de Oliveira, o Pedrinho, à presidência do Club de Regatas Vasco da Gama no período de 2024 a 2026, é muito bem-vinda. O futebol precisa cada vez mais de ex-jogadores em cargos executivos. A Série A deste ano tem apenas um: Ronaldo Nazário, o Fenômeno, comanda a Sociedade Anônima (SAF) do Cruzeiro. Só! Não se assuste se, em breve, Fred tiver o apoio de Mario Bittencourt a mandatário do Fluminense.
O engajamento de Pedrinho na realização do sonho é digna de aplausos, mas recomenda-se entender as limitações do cargo. A era das SAF’s limitou o poder de influência dos presidentes da fatia associativa dos clubes. Muitos deles viraram uma espécie de Rei Charles II. Peças decorativas na engrenagem política. O desafio de Pedrinho é confrontar esse sistema. Construir uma nova relação com a 777 Partners.
Um conhecedor do clube como ele precisa enquadrar investidores. Indicar o caminho com a experiência de quem foi jogador, estudou para ser técnico, ocupava até pouco tempo cadeira de comentarista e enxerga muito além das cifras dos acionistas majoritários da SAF cruzmaltina. Pedrinho tem que multiplicar os 30% a que o Vasco tem direito. Vai precisar ter jogo de cintura para lidar com caras e bocas da turma do mercado corporativo.
O pleito do Vasco foi relativamente pacífico justamente porque o poder mudou de endereço. Não está mais na poltrona ocupada em outros tempos por Antônio Soares Calçada, Eurico Miranda ou Roberto Dinamite. O poder está nas duas cadeiras do Conselho da SAF. Uma será de Pedrinho a partir da posse no fim do ano. A outra faz parte de um acerto político.
Pedrinho iniciará o mandato em dívida com Julio Brant. O candidato desistiu da candidatura a presidente do Vasco para apoiar o ídolo do clube, mas mandou a conta: deseja a segunda cadeira a que Vasco tem direito no Conselho da 777. A indicação parte do presidente eleito, ou seja, de Pedrinho — o sucessor de Jorge Salgado. A informação foi confirmada ao blog por uma fonte influente na vida política do Gigante da Colina.
Juntos, Pedrinho e Julio Brant precisam convencer a SAF a modernizar São Januário, a dialogar com a dupla Fla-Flu, a concessionária e o Governo do Estado do Rio de Janeiro para a utilização pacífica do Maracanã. O Vasco precisa deletar brigas contra o rebaixamento da história recente do clube e voltar a ser competitivo no alto da tabela como na campanha do vice-campeonato no Brasileirão de 2011. O time chegou na última rodada disputando a taça ponto a ponto com o Corinthians naquele 4 de dezembro.
O clube não pode ser administrado como a quarta força do Rio. Muito menos deve se submeter ao planejamento inaceitável desta temporada. Houve investimento tímido no início da temporada e agressivo na abertura da janela de transferências do meio do ano. O time atual foi montado praticamente com o bonde andando, a toque de caixa, pelo competente técnico argentino Ramón Díaz. Melhorou sensivelmente, porém não pode ser assim. Pedrinho sabe dessa e de outras tantas demandas. Ele sabe disso.
O Vasco não conquista o Campeonato Brasileiro desde a Copa João Havelange de 2000. Quem sabe o fim da fila chegou com o pé-quente de Pedrinho na presidência do clube fundado há 125 anos. Há aproximações importantes com Leila Pereira, vascaína proprietária de potenciais patrocinadores da camisa vascaína e o desafio de dialogar para a criação da liga. O Vasco tem vínculo com a Liga Forte Futebol. Continuará do mesmo lado ou pretende conversar com a LiBra? Aguardemos as cenas dos próximos capítulos na vida política do clube.
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