Eles foram promessas das divisões de base do Grêmio e do River Plate, começaram a carreira profissional nos clubes que os revelaram, conquistaram a Copa Libertadores da América como jogadores e técnicos dos respectivos times, ou seja, são duplamente ídolos, e poderiam ter decidido o título de 2017 do torneio continental, se o Lanús não tivesse atravessado o caminho do rival argentino. Protagonistas de uma das semifinais deste ano, Renato Gaúcho e Marcelo Gallardo têm o mesmo sonho: assumir a seleção.
Com a goleada por 3 x 0 sobre o Atlético Tucumán, ontem, em Porto Alegre, Renato Gaúcho está nas semifinais da Libertadores pelo segundo ano consecutivo, a terceira na trajetória dele como técnico. Comandante tricolor desde 2016, marcha rumo ao quinto título em pouco mais de dois anos no cargo. Ganhou Copa do Brasil (2016), Libertadores (2017), Campeonato Gaúcho e Recopa Sul-Americana (2018).
Se levar o Grêmio ao bi consecutivo, o que não acontece na Libertadores desde a dobradinha do Boca Juniors, em 2000 e 2001, Renato Gaúcho consolidará o nome dele como potencial sucessor de Tite na Seleção Brasileira. O técnico afirmou mais de uma vez a intenção de realizar o sonho. “Eu sei que um dia minha hora vai chegar… Não vai ser agora. Mais cedo ou mais tarde, eu vou ter essa oportunidade”, disse depois da Copa.
Enquanto Renato Gaúcho é paciente, Marcelo Gallardo cansou de esperar. A Argentina arrancou Edgardo Bauza do São Paulo, gastou um dinheirão com Jorge Sampaoli, mas deveria olhar com mais carinho para o comandante do River Plate. Ao que tudo indica, o esolhido para assumir a seleção é José Pekerman. Porém, o trabalho do técnico do River Plate é fantástico há cinco temporadas. Não há como desprezar o vitorioso currículo.
Com a vitória por 2 x 1 sobre o arquirrival Independiente, ontem, no Monumental de Núñez, em Buenos Aires, Marcelo Gallardo está nas semifinais da Libertadores pela terceira vez em quatro anos. Só falhou em 2016, quando caiu nas oitavas diante do Independiente del Valle, do Equador. No primeiro ano à frente do clube, conquistou a Copa Sul-Americana.
Aos 42 anos, Marcelo Gallardo parte rumo ao nono título da gestão dele. Nas competições continentais, ganhou a Libertadores em 2015, a Sul-Americana em 2014, a Recopa, em 2015 e em 2016, a Copa Suruga em 2015, a Copa Argentina em 2015/2016 e 2016/2017 e a Supercopa Argentina em 2017. Esse impressionante empilhamento de troféus é mais do que suficiente para promovê-lo ao cardo de técnico da seleção da Argentina. Ou não?