Dos 11 estados e o Distrito Federal representados na sétima edição da Copa Verde, com inicio hoje e final em 24 de fevereiro, seis jamais conseguiram promover time da Série D, lançada em 2009, para a C do Campeonato Brasileiro. O Distrito Federal é um deles. Nosso quadrado consta na lista ao lado do Amapá, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Roraima.
A capital do país chegou a ser competitiva no torneio regional da CBF. O Brasília conquistou o título em 2014. O Gama amargou o vice em 2016. No entanto, coleciona vexames na Série D. O último deles nesta temporada. Protagonistas das duas melhores campanhas na etapa de grupos da quarta divisão, Brasiliense e Gama foram eliminados, respectivamente, nas oitavas de final e na segunda fase, respectivamente, por Mirassol e Goianésia.
O desempenho ajuda a explicar a posição vergonhosa do DF no ranking das federações estaduais da CBF. A Federação de Futebol do Distrito Federal ocupa a 21ª posição. Só fica na frente do Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Tocantins, Rondônia, Amapá e Roraima.
A situação pode piorar na atualização do ranking após o término da temporada. Os clubes do DF caíram na primeira fase da Copa do Brasil e fracassaram na Série D. Uma boa participação na Copa Verde pode servir, no mínimo, para manter a tenebrosa 21ª posição. As federações do Amazonas e do Piauí estão à frente do DF. Porém, fizeram bom papel na quarta divisão. O Fast-AM deu adeus nas quartas de final. O Altos-PI subiu para a Série C e disputa as semifinais.
A final da Série C do Campeonato Brasileiro indica o nível de dificuldade da Copa Verde para o Brasiliense, cujo elenco é praticamente o mesmo da Série D, e reconstruído Gama. A decisão do título da terceira divisão será entre Remo e Vila Nova. Ambos também participarão do torneio com início hoje. Há outros concorrentes fortes como o Paysandu, semifinalista da Série C e bicampeão da Copa Verde; Cuiabá, outro bi do torneio, prestes a subir para a Série A; Atlético-GO, da primeira divisão, e os perigosos Luverdense e Manaus.
O sonho do segundo título candango está nos pés do Gama, atual bicampeão candango, e do Brasiliense. O alviverde estreia nesta quarta, às 16h, contra o Santos-AP, no Estádio Zerão, em Macapá. Quebrado financeiramente, o clube remontou o elenco com destaque para as contratações do meia Mirray, promessa das divisões de base do São Paulo que não vingou; e o centroavante Caíque, ex-Athletico-PR. O técnico é Victor Santana, campeão do DF pelo Sobradinho em 2018.
Favorito entre os representantes da capital, o Brasiliense cedeu o goleiro Fernando Henrique por empréstimo ao Santo André, manteve o artilheiro Zé Love, recontratou Michel Platini, investiu no meia-atacante Tobinha, trouxe Milton Júnior do futebol japonês e iniciará a campanha em uma espécie de tira-teima com o Vitória-ES, às 15h30, no Serejão, em Taguatinga. O clube capixaba despachou o candango da Série D em 2019 e foi eliminado pelo Brasiliense da Copa Verde no mesmo ano.
Em meio ao caos sanitário causado pela pandemia do novo coronavírus no Amazonas, Brasília virou bolha para dois times de Manaus na Copa Verde. Fast e Manaus estrearão no Estádio do Defelê, na Vila Planalto, contra Independente-PA e Ji-Paraná-RO, respectivamente. A CBF achou melhor assim e entrou em acordo com a FFDF e a diretoria do Real Brasília, dono da arena. O campeão da Copa Verde terá vaga na terceira fase da Copa do Brasil 2021.
ATUALIZAÇÃO: A estreia do Gama na Copa Verde contra o Santos-AP está cancelada. Decreto do Governo do Estado do Amapá na manhã desta quarta-feira para conter avanço do coronavírus proibiu o jogo no Estádio Zerão. A CBF acatou. Na terça, o time candango havia, inclusive, treinado no gramado do jogo marcado para 16h. O Santos deseja jogar em Brasília. Belém também e uma das alternativas do departamento de competições da entidade máxima do futebol.
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