Conquistas de Palmeiras e Flamengo resgatam o protagonismo dos meias

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As conquistas nacionais e continentais dos de Flamengo e Palmeiras, os dois times dominantes no futebol brasileiro e sul-americano, resgatam o papel dos meias em um tempo no qual só temos olhos para os extremos, pontas e centroavantes.

Gustavo Scarpa é definitivamente o maestro da 11ª taça do Palmeiras no Campeonato Brasileiro confirmada nesta quarta antes mesmo de a trupe de Abel Ferreira golear o Fortaleza por 4 x 0 pela derrota do Internacional para o América-MG. Impressionante como o jogador de 26 anos amadureceu. Sem a companhia do parceiro de criação Raphael Veiga, jogou por dois e se consolidou como dono do meio de campo.

De malas prontas rumo ao Nottingham Forest, Gustavo Scarpa é a maior perda do Palmeiras para a temporada de 2023. Vai ser difícil achar um substituto à altura. Jogadores versáteis como ele são raros no país. Abel Ferreira conseguiu explorar mil e uma utilidades do pupilo conforme as situações de jogo apareciam e o profissional Scarpa procurou se adaptar a todas elas. Depois de ser de tudo um pouco, assumiu o papel mais adaptado ao perfil dele. O lançamento para o gol de Rony é um exemplo da capacidade do meia.

A temporada de recuperação do Flamengo foi possível porque Dorival Júnior conta com dois meias extraclasse. Éverton Ribeiro é o cara da leitura de jogo. O desatador de nós táticos. Por isso irá à Copa do Mundo. Ele não somente bagunçou a marcação homem a homem do Athletico-PR no fim do primeiro tempo como tabelou com Rodinei e deu o belo cruzamento para Gabigol marcar o gol do tricampeonato do time carioca na Libertadores.

Arrascaeta não brilhou na decisão continental, mas assumiu o protagonismo na conquista da Copa do Brasil. Decidiu nas oitavas diante do Atlético-MG e nas quartas contra o São Paulo. Vale ressaltar o papel dele também no duelo com o Corinthians nas oitavas de final do mata-mata nacional. O uruguaio dividiu com o centroavante Pedro a artilharia do Flamengo na competição com três gols cada.

A hegemonia de Flamengo e Palmeiras mostra aos concorrentes que futebol se ganha com trabalho árduo de reestruturação financeira fora das quatro linhas e com maestros donos do meio de campo dentro das quatro linhas. Foi ano de Gustavo Scarpa, Éverton Ribeiro e Arrascaeta. Talentos escassos a serviço de mais uma temporada gloriosa dos primos ricos e vitoriosos do futebol brasileiro — e sul-americano.

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Marcos Paulo Lima

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