Como a turnê pelo país na Copa América pode levar o Brasil a repetir o vexame de 2011 da Argentina

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A mania da CBF de fazer política coloca em risco a possibilidade de o Brasil conquistar, em casa, a Copa América do ano que vem. A tabela do torneio foi elaborada de forma que os comandos de Tite passem pelas cinco cidades anfitriãs do torneio — Porto Alegre, Salvador, Rio, Belo Horizonte e São Paulo. A estratégia não funcionou no Mundial de 2014.

Lembra?

Concentrados em Teresópolis, os jogadores desceram e subiram a serra para viagens a São Paulo, Fortaleza (duas vezes), Brasília (duas vezes) e Belo Horizonte (duas vezes). Hospedada perto do Maracanã, não disputou nenhum jogo no principal templo do futebol nacional.

A tabela divulgada nesta segunda-feira, na Bolívia, durante reunião do Conselho Executivo da Conmebol, prevê um roteiro semelhante, ou seja, o Brasil só jogará no Maracanã caso chegue à final da Copa América. Foi assim na Copa das Confederações de 2013. Depois da turnê por Brasília, Fortaleza, Salvador e Belo Horizonte, a Seleção conquistou o título ao intimidar a Espanha dentro do Maracanã na goleada por 3 x 0. Por sinal, o Brasil jogou duas vezes na arena desde a reforma — o amistoso contra a Inglaterra e a final com a Espanha.

O ideal seria repetir a tática do Chile em 2015 e adotar uma sede fixa. Na campanha do título inédito, a equipe comandada à época por Jorge Sampaoli simplesmente não saiu da capital Santiago. Todas as cinco exibições foram em um alçapão — o Estádio Nacional. Assim, criou um ambiente hostil para os adversários. O dono da casa eliminou o Uruguai e venceu a Argentina na final.

Há outros casos de anfitriões que souberam jogar com a tabela. Em 1995, o Uruguai nao abriu mão de jogar todas as partidas da Copa América no temido Estádio Centenário, em Montevidéu. Dois anos depois, a Bolívia refugiou-se na altitude de 3.600m de La Paz.

O Brasil corre o risco de repetir o vexame do seu maior rival. A Associação de Futebol Argentina (AFA) também preferiu fazer política em 2011. Abriu mão de jogar em Buenos Aires para percorrer o país. A capital recebeu apenas a decisão entre Uruguai e Paraguai, no Monumental de Núñez, casa do River Plate. Enquanto isso, o time de Lionel Messi sofria em La Plata, Córdoba e Santa Fé (duas vezes), onde foi eliminada nas quartas pelo Uruguai. A Argentina ficou sem a taça e demitiu o técnico Sergio Batista.

Se liga, Tite.

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Marcos Paulo Lima

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