Quando perguntarem por que a Espanha conquistou o tetra na Euro 2024 depois do fracasso na Copa de 2022 no Catar e o Brasil deu vexame na Copa América 2024, lembre-se de como a Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) gerenciaram as respectivas crises. Mentor das sete vitórias no principal torneio de seleções do Velho Continente, a última delas por 2 x 1 contra a Inglaterra, o técnico Luis de la Fuente foi nomeado sucessor de Luis Enrique dois dias depois da eliminação contra Marrocos nas oitavas de final. O Brasil soube quem era o sucessor de Tite 398 dias depois da queda nos pênaltis contra a Croácia. Antes disso, Ramon Menezes e Fernando Diniz foram interinos.
Quando perguntarem por que Luis de la Fuente foi o escolhido, lembre-se de uma palavrinha mágina chamada base. Há três anos, ele amargava a medalha de prata contra o Brasil na final do torneio masculino nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Sete jogadores campeões da Euro faziam parte do elenco: Simón, Cucurrella, Merino, Olmo, Pedri, Zubimendi e Oyarzabal.
Luis de la Fuente foi escolhido por uma razão óbvia: conhecia o projeto, o processo e os jogadores da Espanha como a palma da mão. A CBF em nenhum momento cogitou delegar a prancheta da Seleção a André Jardine após o fim da era Tite. O carrasco espanhol em Tóquio empilha títulos bem longe do Brasil à frente do América do México.
O gol do título de ouro da Espanha contra a Inglaterra é todo construído pela geração de prata em Tóquio. Cucurella aciona Oyarzabal e ele decreta o tetracampeonato da Espanha. O primeiro gol representa um outro momento do projeto da Espanha. Lamine Yamal e Nico Williams não estavam nos Jogos Olímpicos, mas o primeiro gol é uma obra assinada por eles.
Há 10 anos, quando a Espanha perdeu para o Chile por 2 x 0 no Maracanã e deu adeus à Copa de 2014 na fase de grupos, decretamos a morte do tiki-taka depois de uma série incrível de títulos: um bi na Eurocopa (2008 e 2012) e o inédito Mundial em 2010.
A Espanha penou para se levantar. Amargou eliminações na Copa do Mundo contra Rússia e Marrocos, mas se reinventou. Não abandou o amor à bola. Terminou a partida contra a Inglaterra com 65%. Conciliou o controle do jogo com a verticalidade dos velozes e furiosos pontas Nico Williams e Lamine Yamal. O título é uma fusão entre os conceitos de Pep Guardiola e de Jurgen Klopp. Guardiolismo e klopismo na veia.
A Espanha é tetracampeã da Eurocopa. Recordista de títulos do principal torneio de seleções do Velho Mundo. A Espanha é atual campeã da Copa do Mundo Feminina derrotando justamente a Inglaterra na final em 2023. A Espanha tem o melhor time. O Real Madrid acaba de conquistar a Liga dos Campeões contra o Borussia Dortmund. Temos que respeitar.
Parabéns, Espanha!
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