Doha — Ao ver in loco a vitória da Argentina contra a Croácia por 2 x 0, no Estádio Icônico Lusail, na primeira semifinal da Copa do Mundo Qatar-2022, lembrei um pouco daquela Seleção Brasileira protagonista do tetracampeonato nos Estados Unidos, em 1994. O sistema de jogo usado por Lionel Scaloni na batalha do campo das ideias com Zlatko Dalic é muito parecido com o de Carlos Alberto Parreira há 28 anos.
Lionel Scaloni configurou a Argentina no 4-4-2. As duas linhas de quatro eram justas, sincronizadas e aguardavam o momento certo de dar o bote, desarmar e puxar o contra-ataque em alta velocidade com os encantados homens de frente. Messi e Julian Álvarez estão para o time alviceleste como Romário e Bebeto para aquele Brasil de 1994. Encantados. Uma dupla explosiva. Quando a bola chega nos pés deles é meio caminho andado para as redes.
O meio de campo do Brasil de 1994 tinha dois volantes pegadores — Mauro Silva e Dunga. Além deles, dois caras construtores pelo lado: Mazinho e Zinho. O quarteto dava segurança à defesa formada por Jorginho, Márcio Santos, Aldair e Leonardo, depois Branco, a partir das quartas de final. Era um time extremamente seguro, compactado, competitivo e programado para vencer. Não derrotou a Itália com bola rolando porque a trave salvou o goleiro Pagliuca.
Exatamente como a Argentina planejou o triunfo por 3 x 0. Lionel Scaloni sabia que a Croácia desejaria a bola. Logo, deixou o adversário tocá-la pra lá e pra cá como queria. Havia uma diferença em relação ao Brasil. O meio de campo da Argentina é marcador. Morde. Incomoda quem está com ela até toma-la e acionar contra ataques em altíssima velocidade buscando dois jogadores que estão incrivelmente de bem com as redes. Messi divide a artilharia com Mbappé. Cinco gols cada. Julian Álvarez reparte o segundo lugar com o centroavante Giroud.
A Argentina atraiu a Croácia para o seu campo e aguardou pacientemente o momento certo para o contra-ataque. Guardadas as devidas proporções e adaptações, De Paul faz papel equivalente ao de Mazinho em 1994. Leandro Paredes é o Mauro Silva da turma. Enzo Fernández equipara-se ao Dunga. Qualidade no passe. Mac Allister emula o Zinho do tetra.
Se Romário assumia o papel de fora de série e desequilibrava na campanha do tetra, Messi é o extraterrestre da Argentina. Assim como o Baixinho, ele conta com um atacante fazedor de gol. Em 2021, foi artilheiro do Campeonato Argentino. No mesmo ano, Rei da América. Um ano antes, conquistou o Pré-Olímpico da América do Sul para os Jogos de Tóquio-2020. Ganhou a posição do ótimo Lautaro Martínez e não perdeu mais.
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