Da Rua da Quitanda, 52, Centro, para a Borges de Medeiros, 997, Gávea: como o banco que só tem uma agência no Rio conquistou espaço nobre na camisa do Flamengo

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O acordo do Flamengo com o Banco de Brasília (BRB), negado pelo pela estatal na segunda-feira (15/6) após a informação vazar no canal rubro-negro Dando Choque, de Gustavo Henique (assista ao vídeo); mas confirmado em comunicados oficiais do clube carioca e da entidade financeira nesta sexta-feira, frustra, mas não inviabiliza o casamento rubro-negro com a Amazon. A tendência é que haja uma inversão. Quem sonhava com as mangas e registrou luco líquido de R$ 282,8 milhões em 2019 arrematou o espaço nobre por 36 meses, a partir de 1 de julho. O clube receberá no mínimo R$ 32 milhões por ano. Em contrapartida, quem planejava investir na área destinada à BS2 pode assumir as mangas.

O blog apurou que as conversas com a Amazon continuam para que a plataforma digital de entretenimento ocupe as mangas e assuma transmissões de jogos do Flamengo. Se possível, na reta final do Carioca. A MP 924/2020 editada pelo presidente Jair Bolsonaro reaqueceu a negociação, que havia congelado. Há debate sobre a estrutura para a veiculação de jogos.

O impasse entre Flamengo e Amazon fortaleceu o BRB. A estatal havia feito consulta sobre o espaço principal do “manto sagrado” em outubro do ano passado. Projetava o fim do acordo com o BS2. Entretanto, os valores assustaram. A entidade financeira deu passo atrás. Com a saída de cena da Amazon e a negativa da Americanas, o BRB avançou, entrou com ousadia na negociação e conseguiu ir além da parceria singela que renovará com o basquete rubro-negro.

A estratégia do BRB de virar marca nacional esbarrava na timidez e no provincianismo do banco. Hoje, só há um posto de atendimento bancário no Rio. Fica na Rua da Quitanda, 52, Centro. Daí a ideia de modernização, de oferecer ao Flamengo uma sociedade em banco digital. Com o reforço do governador Ibaneis Rocha, rubro-negro assumido, o banco foi ganhando território, invadiu a Borges de Medeiros, 997, na Gávea, sede do clube, e afagou a nação de 40 milhões de torcedores.

O projeto prevê a comercialização de cartões, seguros e abertura de conta digital no planejamento de expansão nacional. “A parceria com o Flamengo, time com marca de força global, vai permitir ao BRB diversificar seus negócios, expandir sua base de clientes e ampliar a atuação nacional tanto na forma de presença física quanto digital”, disse o presidente do banco, Paulo Henrique Costa, pela assessoria do banco.

Ele tem experiência no assunto. O executivo trabalhou na Caixa Econômica Federal por quatro anos e cinco meses de maio de 2013 a setembro de 2017; e depois por mais nove meses de maio de 2018 a janeiro de 2019. Viu de perto como funcionavam as tratativas com os clubes quando a estatal chegou a patrocinar mais da metade dos times da Série A do Brasileirão.

O presidente Rodolfo Landim, que esteve em Brasília na última quarta-feira alinhando os últimos detalhes do acerto, falou sobre o acerto em um vídeo. “O Flamengo vai entrar com uma série de propriedades, o engajamento de sua torcida, sua participação na mídia social, inclusive, o espaço master de sua camisa. Vamos desenvolver com eles uma série de produtos, nos quais a gente vai ter participações, produtos financeiros, como seguros, cartões de crédito, uma série de coisas. É importante que a torcida saiba que, uma vez isso feito, o Flamengo também terá uma parte do benefício de todos esses produtos que vão ser desenvolvidos”, afirmou o dirigente.

Segundo o banco, “a parceria estratégica entre o BRB e o Flamengo prevê a oferta de soluções bancárias, de investimento, de seguridade, de meios de pagamento e de relacionamento, além de marketplace digital (Banco Digital) de produtos e serviços direcionados aos torcedores do Flamengo”.

Pelo acordo, os torcedores terão acesso a “atendimento bancário em plataforma digital com produtos de identidade personalizada, programa de relacionamento e de experiências exclusivas, além de atendimento nos canais físicos”. O acordo fala, ainda, em “instalação de uma unidade de atendimento do BRB nas dependências do clube para atendimento a atletas, torcedores e empregados do Flamengo, e direito exclusivo de pagamento da folha salarial do clube, preferência na contratação, por parte do Flamengo, de produtos bancários como empréstimos, cartões e seguros”.

O benefício para o Flamengo é a participação nos resultados alcançados com a comercialização de produtos e serviços e a realização de mais jogos no Mané Garrincha, seguindo o acordo feito com o basquete. O time tem uma cota de jogos do Novo Basquete Brasil a cumprir no Distrito Federal.

Questionamentos

O acordo com o BRB precisa ser aprovado pelo Conselho Deliberativo do Flamengo, mas nos bastidores provoca questionamentos na Câmara Legislativa. O deputado distrital Leandro Grass encaminhou requerimento pedindo esclarecimentos sobre o contrato.

“As competições esportivas estão paradas por causa da pandemia. Apenas o Campeonato Carioca voltou. Eu fico curioso para saber os termos deste contrato entre o Banco de Brasília e o Flamengo”, desafiou.

Leandro Grass acrescentou: “Poderiam muito bem pegar esse dinheiro para ajudar na recuperação econômica dos comerciantes de Brasília. Temos vários empresários fechando as portas por falta de dinheiro e que não conseguem crédito nos bancos para se manterem. Tem o setor cultural também, que precisa de auxílio”.

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Marcos Paulo Lima

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