Como o Botafogo campeão brasileiro em 1995 tentou contribuir para o desenvolvimento do futebol candango

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A sessão vale a pena ver de novo deste domingo no horário nobre do futebol colocará em cartaz em tevê aberta neste domingo na Globo, às 16h, a nostálgica conquista do Botafogo no Campeonato Brasileiro de 1995. Para alguns, a primeira a contar desde 1971. Para outros, a campanha do bi levando-se em conta a Taça Brasil de 1968. Em 2010, as conquista na Taça Brasil e no Torneio Roberto Gomes de Pedrosa no período de 1959 a 1970 foram unificadas à do Brasileirão pelo ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira.

Explicações históricas à parte, o fato é que a conquista do Botafogo em 1995 rendeu uma parceria para o Sobradinho e, mais à frente, um dinheirinho a mais na conta de alguns heróis aqui no Distrito Federal. Alguns deles toparam contribuir com o desenvolvimento do futebol na capital em tempos de vacas gordas.

Um ano depois da conquista do título brasileiro de 1995, o Botafogo topou uma parceria com o Sobradinho, que havia sido bi candango em 1985 e 1986 e tem as mesmas cores do clube de General Severiano. A ideia era transformar o Leão da Serra em sucursal do Glorioso. O projeto partiu do advogado Délio Cardoso e houve acordo com o então presidente Carlos Augusto Montenegro. O Botafogo Sobradinho conseguiu o terceiro lugar nas edições de 1996 e de 1997 do Candangão. Artilheiro do torneio local em 1996, Dimba virou herói do título carioca do Botafogo no Carioca do ano seguinte.

Al[em da parceria, o título do Botafogo em 1995 fez com que heróis da conquista passassem pelo futebol candango antes da aposentadoria. Intocável na lateral direita do Botafogo em 1995, Wilson Goiano disputou a Série A do Campeonato Brasileiro de 2002 pelo Gama.  Foi a última temporada da carreira dele – e a última do time alviverde na elite do futebol nacional após quatro anos consecutivos na primeira divisão.

O meia Iranildo virou o maior ídolo da história do Brasiliense

O volante Leandro Ávila teve papel fundamental na conquista do Brasiliense na Série B do Brasileirão de 2004. Era o auxiliar do técnico Edinho Nazareth na campanha do título inédito que alçou o clube à elite nacional. O volante também era um dos intocáveis do técnico Paulo Autuori no sistema tático adotado na campanha da conquista de 1995 ao lado do cão de guarda Jamir, que também defendeu a camisa amarela do Jacaré em 2003. Eram responsáveis por blindar a linha defensiva formada por Wagner, Wilson Goiano, Wilson Gottardo, Gonçalves e André Silva.

Sergio Manoel teve duas passagens pelo futebol do Distrito Federal. A primeira em 2007 com a camisa do Ceilândia no Candangão. Três anos depois, retornou ao Distrito Federal para jogar ao lado do amigo Túlio Maravilha e do atacante Zé Carlos, o Zé do Gol, no Botafogo-DF.

“Temos uma história com a camisa do Botafogo que ajuda. O torcedor se identifica conosco e com a camisa, e isso vai atraí-lo até o estádio. Foi um plano de marketing muito inteligente, usando jogadores de atravessaram gerações”, disse, há 10 anos, na apresentação ao clube.

Sergio Manoel e Túlio Maravilha jogaram juntos no Botafogo-DF em 2010

Túlio Maravilha deixou troféu na cidade. Em 2002, brindou o Brasiliense com a artilharia da Série C do Campeonato Brasileiro formando dupla de ataque com Wellington Dias. Ambos dividiram a artilharia com 11 gols cada um na campanha do primeiro título nacional. Um feito e tanto da dupla. Dos 37 gols do time na campanha, 22 (60%) foram de Túlio e Wellington Dias.

Nenhum campeão brasileiro pelo Botafogo em 1995 caiu tanto nas graças de uma torcida do Distrito Federal quanto o meia Iranildo. Reserva naquele time de Paulo Autuori, o Chuchu é o maior ídolo da história do clube. O camisa 10 deu ao time o título da Série B 2004, foi o maestro de seis das nove conquistas do Brasiliense no Candangão (2005, 2006, 2008, 2009, 2011 e 2013). Iranildo também defendeu o Ceilândia em 2012 antes da aposentaria no Jacaré, em 2013.

Apesar do esforço do Botafogo e dos heróis do título de 1995 para ajudar no desenvolvimento do futebol candango, o cenário, hoje, é outro. O DF só tem times na Série D, Gama e Brasiliense. Botafogo Sobradinho, parceiro em 1996 e em 1997; e Botafogo-DF, que teve parceria com o clube carioca em 2009, viraram histórias do folclore do esporte local. Iranildo, Leandro Ávila e Túlio Maravilha podem se orgulhar dos títulos no Brasiliense.

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Marcos Paulo Lima

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