Como era a Seleção Brasileira principal na última vez em que Ramon Menezes fez parte dela

Compartilhe

Vinte e dois anos depois de ter sido convocado pela primeira vez para vestir a Amarelinha pelo técnico Émerson Leão, o ex-meia Ramon Menezes estará do outro lado do balcão nesta sexta, no Rio de Janeiro. Nomeado técnico interino no processo de transição da Era Tite para o sucessor procurado pelo presidente Ednaldo Rodrigues, o comandante da Seleção Sub-20 formará o grupo para o amistoso do próximo dia 25 contra Marrocos, em Tanger, e um período de treinamentos na primeira Data Fifa depois da Copa do Mundo de 2022.

A seguir, o blog entra no túnel do tempo e mostra como era o contexto da Seleção em 2001, quando Ramon Menezes se apresentou ao então técnico Émerson Leão para a disputa da extinta Copa das Confederações. O torneio funcionou à época como evento-teste para Japão e Coreia do Sul. Os dois países abrigariam a Copa do Mundo no ano seguinte. Destaque do Fluminense à época, ele foi chamado, inscrito com a camisa 20 e fez um gol na semifinal contra a França.

  1. Presidente da CBF

Estamos em 2001. Ricardo Teixeira era o dono da caneta. O dirigente havia assumido a entidade máxima do futebol brasileiro em 1989 e cumpria o 12º ano de mandato pressionado por investigações em comissões parlamentares de inquérito no Congresso Nacional.

  1. Dança dos técnicos

Émerson Leão ocupava o cargo de técnico. Era o sucessor de Vanderlei Luxemburgo, que havia sido demitido por causa do fracasso nos Jogos Olímpicos de Sydney-2000 e investigações na CPI. Herdou a Seleção do treinador interino Candinho, então auxiliar do profexô, e assumiu a prancheta prometendo aos torcedores um futebol “bailarino”.

  1. Contexto: Jogo das bandeiradas

A estreia de Leão foi terrível. Suspenso pelo STJD, não ficou no banco. O preparador de goleiros Pedro Santilli comandou o Brasil contra a Colômbia no famoso jogo das bandeiradas. Indignados com a atuação da Seleção, os torcedores atiraram bandeiras dentro do gramado do Morumbi. Mesmo sob pressão, Leão estreou com vitória por 1 x 0, gol de Roque Júnior.

  1. Copa das Confederações 2001

Émerson Leão precisava formar uma Seleção para a disputa do evento-teste da Copa do Mundo de 2002 no Japão e na Coreia do Sul. Recebeu ordem de Ricardo Teixeira para levar ao torneio uma Seleção alternativa. De preferência, poupando os principais astros de clubes da Europa e do futebol brasileiro. As limitações enfraqueceram a convocação.

  1. Seleção alternativa

A lista dos convocados para a Copa das Confederações teve surpresas como Ramon Menezes. O então meia do Fluminense foi inscrito com a camisa 20. O grupo teve ainda nomes como Magno Alves, Leomar, Robert. Carlos Miguel, Gustavo Nery, Leandro Amaral, Fábio Rochemback…

  1. Primeira vez

Convocado por Leão devido ao futebol apresentado no Fluminense, Ramon Menezes estreou com a camisa verde-amarela em um amistoso contra o Verdy Tokyo, no Estádio Nacional, em Tóquio. Entrou durante a partida no lugar do camisa 10 Robert, meia-atacante do Santos.

  1. Titular

Iniciou a Copa das Confederações como titular deste time escalado por Leão: Dida; Zé Maria, Lúcio (Cláudio Caçapa), Edmílson e Léo; Leomar, Vampeta (Fábio Rochemback), Vágner (Carlos Miguel) e Ramon Menezes; Sonny Anderson e Washington “Coração Valente”.

  1. Gol de falta

O único gol de Ramon Menezes com a camisa principal da Seleção Brasileira foi marcado na derrota para a França por 2 x 1 na semifinal da Copa das Confederações. Robert Pires abriu o placar, Ramon igualou o placar em cobrança de falta e Marcel Desailly eliminou o time de Leão.

  1. Vexame

Ramon estava em campo na decisão do terceiro lugar contra a Austrália. A derrota por 1 x 0 para os Cangurus, em Ulsan, sentenciou a demissão de Émerson Leão horas depois do vexame, no aeroporto. Ricardo Teixeira o trocou por Luiz Felipe Scolari, que levou o Brasil ao penta.

  1. Despedida

A derrota por 1 x 0 para a Austrália foi a última de Ramon pela Seleção em um time que tinha: Dida; Zé Maria, Edmílson, Cláudio Caçapa e Léo; Fábio Rochemback (Leandro Amaral), Vampeta, Ramon e Carlos Miguel (Júlio Baptista); Magno Alves e Washington “Coração Valente”.

Twitter: @marcospaulolima

Instagram: @marcospaulolimadf

TikTok: @marcospaulolimadf

Marcos Paulo Lima

Posts recentes

  • Esporte

As coletivas falam: como a cúpula do Flamengo foi largando mão de Tite

O campo fala. As coletivas também. Muito! Era questão de observação. As recentes entrevistas pós-jogo…

12 horas atrás
  • Esporte

Flamengo não era eliminado de um mata-mata sem fazer gol havia 13 anos

O Flamengo não era eliminado de um torneio nacional ou internacional disputado em dois jogos…

4 dias atrás
  • Esporte

Como o Flamengo planejou taticamente o duelo de volta contra o Peñarol

Madrugada da sexta-feira passada. Impactada pela derrota por 1 x 0 para o Peñarol no…

5 dias atrás
  • Esporte

O erro de Artur Jorge que quase custou a vaga do Botafogo às semifinais

O Botafogo tem dois zagueiraços. Alexander Barboza e Bastos formam baita dupla. A força física,…

5 dias atrás
  • Esporte

A estrela de Deyverson e a eliminação de um campeão divorciado da bola

Deyverson tem cinco gols em cinco participações na Libertadores. Três deles decisivos. Dois na vitória…

5 dias atrás
  • Esporte

Ramón Díaz molda Corinthians ao River Plate de 1996 e brilha nas copas

Guardadas as devidas proporções, o técnico Ramón Díaz emula em um Corinthians cada vez mais…

6 dias atrás