Cano faz golaço que Diego Maradona tentou e não conseguiu no Maracanã na Copa América de 1989

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Cano comemora o primeiro dos dois gols em noite de gala. Foto: Mailson Santana/Flulminense

Foi uma pintura. Para dizer o mínimo. Germán Cano fez o que um compatriota dele tentou e não conseguiu. Em 1989, Diego Armando Maradona arriscou chute consciente do meio do campo no clássico contra o Uruguai pelo quadrangular final da Copa América e a bola caprichosamente tocou no travessão do goleiro Zeoli e não entrou (vídeo abaixo).

Cano foi mais preciso. O centroavante do Fluminense aproveitou o passe errado do Vasco no meio de campo, enxergou o goleiro adiantado e finalizou um pouquinho depois do meio de campo para decretar o triunfo tricolor no Maracanã. Uma pintura digna de placa. Maradona assinaria.

Ex-Vasco, Cano foi o ponto de desequilíbrio em um clássico no qual o Vasco fez uma boa exibição, principalmente no primeiro tempo. Aos poucos, o novo time cruzmaltino começa a entender o plano de Maurício Barbieri. Jogou no 4-3-3. Marcou o Fluminense. Fez o que parecia difícil: não deixou o dinizismo se impor. Apertava e acelerava a transição pela direita com Gabriel Pec e Puma Rodríguez.  Guga sofria improvisado na lateral esquerda. O tricolor sentia a ausência de Ganso e via o jovem Arthur sentir o peso do clássico.

Fernando Diniz voltou para o segundo tempo com Lima no lugar do jovem de 17 anos e o panorama da partida mudou na etapa final. Keno não jogava bem no primeiro tempo, mas foi dele a assistência para Cano estufar a rede de Léo Jardim pela primeira vez.

O segundo gol valeu o ingresso dos 57.361 torcedores presentes no Maracanã. O reinício de jogo displicente de Rodrigo fez a bola chegar nos pés de quem sabe definir lances com um toque na bola. Cano só teve o trabalho de observar Léo Jardim adiantado, ajeitar o corpo e chutar de perna canhota para encobrir o goleiro e correr para o abraço.

Protagonista, Cano, teve Fábio como coadjuvante. O goleiro tricolor foi um paredão nas oportunidades criadas pelo Vasco. Recém-chegado ao Vasco, o centroavante Pedro Raul teve oportunidades, mas ainda não é tão eficiente como Cano — o dono da noite em um clássico bacana de assistir no Maracanã. Os dois times estão de parabéns.

O Fluminense fez do tempo de trabalho sob o comando de Fernando Diniz um trunfo no clássico da oitava rodada do Campeonato Carioca, mas o Vasco apresentou evolução. O risco de ficar fora das semifinais não pode ser visto como terra arrasada. O projeto da SAF está só começando e o clube contratou muitos reforços e o encaixe das peças demanda tempo. A meta tem que ser um bom desempenho no Brasileirão e na Copa do Brasil.

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Marcos Paulo Lima

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