Julen Lopetegui é o cara que poderia ter mudado a história da Copa do Mundo da Rússia em 2018. As lágrimas do técnico campeão da Liga Europa após virada épica em uma belíssima final contra a Internazionale de Antonio Conte, em Colônia, traduzem o sentimento sincero do senhor de 53 anos em relação às últimas três temporadas da carreira do comandante do Sevilla.
Para mim, Espanha e França eram as favoritas ao título da Copa. Até que, na véspera da abertura do torneio, o presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, decidiu destruir o trabalho de dois anos, ou 20 partida, se preferir. Poucos, mas consistentes e convincentes jogos. Três meses antes do Mundial, a Espanha havia goleado a Argentina, de Jorge Sampaoli (sem Messi), por 6 x 1 no Wanda Metropolitano, em Madri, no último amistoso data Fifa pré-Copa. Sem contar triunfos convincentes sobre a França, em Saint-Denis, e diante da Itália, em casa, por 3 x 0.
Egocêntrico, Florentino Pérez pensou tão somente no Real Madrid. Praticamente arrancou o treinador da concentração da Espanha. Julen Lopetegui também errou. Sim, o convite do Real Madrid é algo praticamente irrecusável, porém, ele poderia ter negociado o prazo para assumir. Certamente tentou, mas o homem de ferro do clube merengue provavelmente disse não.
O legado de Lopetegui caiu nas mãos erradas. Fernando Hierro herdou o cargo dois dias antes da estreia contra Portugal. Fez até bom papel ao arrancar empate por 3 x 3, em Sochi, na noite histórica em que Cristiano Ronaldo fez hat-trick. Mesmo sem Lopetegui, a Espanha terminou em primeiro lugar no Grupo B. Porém, deu adeus precocemente ao torneio nas oitavas de final contra a anfitriã Rússia, nos pênaltis, após empate por 1 x 1 nos pênaltis e na prorrogação.
A Espanha, de Julen Lopetegui, havia goleado a Argentina, de Jorge Sampaoli, por 6 x 1 no último amistoso data Fifa antes da Copa 2018. Vencera a França, de Didier Deschamps, por 2 x 0, Stade de France, e desembarcou na Rússia como favorita até Florentino Pérez mudar a história e levá-lo para o Real Madrid dois dias antes da estreia do país no Mundial
Enquanto isso, Julen Lopetegui tocava o projeto de Florentino Pérez. E o dirigente do Real Madrid não teria a mínima paciência com quem havia dado as costas à possibilidade de levar a Espanha ao bicampeonato mundial. A paciência do cartola durou 14 jogos. Lopetegui venceu seis, empatou dois e perdeu seis. A gota d’água foi a goleada do Barcelona por 5 x 1, no Camp Nou, pela décima rodada do Campeonato Espanhol. Cristiano Ronaldo havia deixado o clube e o novo treinador nem teve tempo de encontrar uma nova configuração sem o português.
Coube ao Sevilla a tentativa de resgatar de quem havia brilhado nas categorias de base da seleção da Espanha. Lopetegui conquistou a Euro Sub-19 2012 comandando a geração de Suso, Alcácer, Bernat, Jesé e Deulofeu. No ano seguinte, levaria o país ao título da Euro Sub-21 2013 à frente de De Gea, Montoya, Bartra, Thiago Alcântara, Koke, Isco e Rodrigo Moreno.
Lopetegui assumiu o Sevilla em julho do ano passado. Na retaguarda, teve o suporte de um dos melhores diretores de futebol do mundo. Ramón Rodríguez Verdejo, o Monchi, apostou nele. O mago das conquistas do Sevilla acertou na contratação.
Cinquenta e quatro partidas depois, o treinador responde em alto nível. A virada sobre a forte Internazionale de Antonio Conte foi fantástica. Digna de um filme com o drama pessoal de Lopetegui com final feliz encharcado com as lágrimas sinceras do treinador. Finalmente, ele conquista o primeiro título no papel de técnico de time profissional. O Porto jogou bonito nas 78 partidas em que ele comandou a equipe lusitana, mas faltou taça.
O troféu finalmente chegou graça ao gol contra do centroavante belga Lukaku após uma bicicleta do zagueiro brasileiro Diego Carlos. O lance jamais sairá da memória de Lopetegui. Assim como o dia 13 de junho de 2018, quando deu as costas para a Espanha na véspera do início da Copa do Mundo, assumiu o Real Madrid e foi traído por Florentino Pérez.
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