Você percebe que o Clássico dos Milhões está muito aquém da tradição quando dois números míticos dos arquirrivais, capazes de alavancar vendas e ajudarem um pouquinho em ações de marketing, estão simplesmente sem dono, penduradas no varal. No duelo deste sábado, às 19h, no Mané Garrincha, em Brasília, a camisa 9 do Flamengo, eternizada por Nunes e Bebeto, por exemplo, ficará no cabide, guardadinha, esquecida dentro do armário. Procura-se um dono desde o fim do contrato de Paolo Guerrero. A 10 do Vasco pede socorro. Ninguém usa a dezena consagrada pelos ídolo Roberto Dinamite e Edmundo. Melhor assim. Cá entre nós, ao menos por enquanto, não há jogadores à altura da responsabilidade em nenhum dos dois elencos.
Não é a primeira vez. Provavelmente não será a última. No empate por 1 x 1 no primeiro turno, o Flamengo não contou com Guerrero. O ex-proprietário da 9 cumpria suspensão por doping. O Vasco deixou Evander no banco de reservas. O dono da 10 só entrou em campo no segundo tempo naquela partida disputada no Maracanã.
Como mostrei aqui no blog na última quinta-feira, os centroavantes do Flamengo não balançam a rede desde 12 de agosto, ou seja, há mais de um mês. Nenhum deles herdou a 9 de Guerrero. Henrique Dourado usa a 19. Uribe alugou a 20. Lincoln é o 29. A última vez que o Vasco sofreu gol de um dono da camisa 9 rubro-negra foi em janeiro de 2013, quando Hernane “Brocador” balançou a rede numa vitória por 4 x 2, no Engenhão, pelo Campeonato Carioca. Guerrero jamais balançou a rede cruz-maltina com a camisa rubro-negra.
A 10 do Vasco lembra os lendários Roberto Dinamite e Edmundo, ou seja, dois dos três maiores artilheiros da história do Campeonato Brasileiro, com 190 e 153 gols, respectivamente. O Gigante da Colina começou a temporada apostando no maestro Nenê. Com a saída do veterano para o São Paulo, Evander assumiu a responsabilidade. Depois de um início arrasador na Pré-Libertadores, o jovem de 20 anos não se firmou e foi emprestado ao FC Midtjylland, da Dinamarca. A última vez que um camisa 10 do Vasco marcou no Flamengo aconteceu aqui em Brasília, no empate por 2 x 2, em 26 de março do ano passado, pelo segundo turno do Campeonato Carioca.
Sem um camisa 9, o Flamengo torce para que o do Vasco, Andrés Ríos, não faça estragos no clássico do Mané Garrincha. Carente de um 10, o time cruz-maltino seca o maestro Diego na triste noite em que dois números míticos ficarão penduradas no varal.
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