Fora da principal categoria do automobilismo nacional desde 2014, Brasília deu mais um passo na relação com os organizadores do evento para voltar ao calendário. O Banco de Brasília (BRB) e a Vicar, promotora da Stock Car e Stock Car Light, assinaram contrato de patrocínio de R$ 7 milhões. O presidente da instituição financeira estatal, Paulo Henrique Costa, e os executivos da categoria, Fernando Julianelli e Sérgio de Figueiredo Silveira Filho fecharam o acordo no mês passado com vigência de 700 dias.
Em 18 de fevereiro, o blog antecipou que o BRB financiará a reforma do autódromo Internacional Nelson Piquet com a intenção de devolver a capital do país ao evento. Há intenção, ainda, de abrigar etapa do Campeonato Brasileiro de Motovelocidade e a Copa Truck. O circuito de Brasília está fechado desde 2014 à espera de reforma e da concessão do espaço à iniciativa privada. Atualmente, recebe um dos hospitais de campanha do Distrito Federal.
A ideia original era reformar o autódromo para receber uma corrida neste ano. Com o agravamento da pandemia em Brasília e no Brasil, o projeto será adiado para 2022. A reforma é um das promessas de campanha do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, cujo mandato expira no fim do ano que vem.
Em fevereiro, o CEO da Vicar, Fernando Julianelli, deixou as portas abertas para Brasília para a volta de Brasília ao calendário da Stock Car. “Se a pista estiver aprovada pelo CBF e com estrutura para receber uma prova do porte da Stock Car, obviamente estará no calendário no futuro”, afirmou o executivo da principal categoria do automobilismo nacional.
O circo da Stock Car não desembarca em Brasília há seis anos. A última vez foi em 27 de abril de 2014. Naquela temporada, o autódromo recebeu duas etapas da competição no mesmo dia. Átila Abreu venceu a primeira e Thiago Camilo triunfou na segunda prova.
“Se a pista estiver aprovada pela CBA e com estrutura para receber uma prova do porte da Stock Car, obviamente estará no calendário no futuro”
Fernando Julianelli, CEO da Vicar, promotora da Stock Car e Stock Car Light, em 18 de fevereiro, ao blog
Em meio a articulação para a volta da Stock Car a Brasília, o desafio do GDF é colocar o autódromo em funcionamento. O espaço só tem sido aberto para treinamentos técnicos solicitados por órgãos de justiça e segurança do Distrito Federal. Agora, abriga um dos três hospitais de campanha. A Secretaria de Esportes tem sido responsável pelas autorizações.
Os organizadores da Stock Car definiram 10 etapas neste ano. Sujeito a mudanças por causa da pandemia, o planejamento da temporada 2021 começou em 28 de março, no Autódromo do Velopark, no município de Santa Rita (RS). A próxima corrida será em Londrina. Na sequência, Interlagos, Goiânia, Cascavel, Curitiba, Santa Cruz do Sul, Velocitta, em Mogi-Guaçu (SP), e novamente Goiânia. Brasília trabalhava para hospedar a última, em 12 de dezembro. O endereço da prova continua “A definir”, mas provavelmente será novamente em Interlagos. O tempo é cada vez mais inimigo do Distrito Federal para deixar o autódromo pronto até o fim do ano.
No ano passado, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, cancelou o edital da parceria público-privada do autódromo. Elaborado na gestão do antecessor, Rodrigo Rollemberg, o texto previa concessão por 35 anos à empresa ou consórcio vencedor. As regras do jogo foram criticadas pelo Tribunal de Contas do DF. A licitação previa contrato de R$ R$ 73.176.202,26. Do total, R$ 38,8 milhões para reformas – R$ 24,8 milhões com investimentos da iniciativa privada. O teto de dinheiro público foi estipulado em R$ 14 milhões, montante questionado pelo TCDF.
A reabertura do autódromo é uma promessa de campanha de Ibaneis Rocha reforçada na cerimônia de transferência da administração do Mané Garrincha à Arena BSB, no início do ano passado.
“O que importa é colocar o autódromo em funcionamento, se é para Indy, Fórmula 1, tanto faz. Quero o local novamente funcional. Existe interesse das grandes corridas em virem pro DF, e quem assumir a concessão vai negociar com as empresas”, disse o governador Ibaneis Rocha no ano passado.
Em entrevista ao Correio Braziliense no ano passado, o CEO da Arena BSB, Richard Dubois, um dos interessados em assumir o autódromo, falou sobre o andamento da licitação para concessão à iniciativa privada.
“Não tenho controle sobre o caminho que está sendo seguido. (O autódromo) tem uma rentabilidade muito pior. Houve uma manifestação do governo que queria um autódromo mais capaz de receber eventos internacionais. A nossa proposta é de que o autódromo seja FIA 3 para provas nacionais e sul-americanas, ou seja, sem condições de receber a Fórmula 1. A gente consegue colocar eventos nacionais, como Fórmula 3, Stock Car e Fórmula E. Na nossa visão, esse retorno econômico de provas internacionais não é viável. Se Brasília quiser um autódromo FIA 3, temos todo interesse. O governo decide se quer investir, se quer colocar mais dinheiro”, comentou.
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