A Seleção iniciará ciclo de Copa do Mundo sem Neymar pela primeira vez em 13 anos. Ausente na lista divulgada nesta sexta-feira pelo técnico interino Ramon Menezes, o único fora de série da turma desde 2010 só não foi chamado porque está contundido e sequer enfrentará o Bayern na próxima semana, no Allianz Arena, em Munique, pelas oitavas de final da Liga dos Campeões.
A contar de 9 de agosto de 2010, Neymar sempre participou da primeira partida pós-Copa da Seleção. O camisa 10 estreou contra os Estados Unidos depois da Copa da África do Sul. Inclusive balançou a rede contra os donos da casa. Neymar também entrou em campo em 2014 no começo da segunda Era Dunga. Foi dele o gol de falta na vitória por 1 x 0 contra a Colômbia. Era o início do projeto da CBF para a Copa da Rússia. A largada para o ciclo rumo ao Catar teve Neymar novamente balançando a rede no triunfo por 2 x 0 contra os EUA, em 2018.
Em condições normais de temperatura e pressão, Neymar faria parte da lista. A ausência é simbólica. Vinicius Junior será a referência técnica do Brasil contra Marrocos. O atacante do Real Madrid é, hoje, o melhor jogador do país na Europa. Fez o gol do título merengue contra o Liverpool na final da Champions League, foi eleito o número 1 do Mundial de Clubes da Fifa e o melhor jogador do Brasil na última Copa do Mundo ao lado do volante Casemiro. Portanto, as atenções estarão totalmente voltadas para Vinicius Junior na arrancada rumo à Copa de 2026. A primeira oportunidade de ele passar a ser o “Malvado Favorito” da companhia.
Os inícios de ciclo da Seleção na Era Neymar
A primeira lista pós-Copa do Mundo tem uma lógica própria do técnico interino Ramon Menezes, porém do ponto de vista do projeto rumo ao hexa, a convocação não tem pé nem cabeça. Tite avisou que deixaria o cargo com um ano de antecedência. Portanto, a CBF teve pelo menos 365 dias para elaborar um projeto, escolher o treinador e iniciar o ciclo para 2026 sem o flagrante improviso. Houve tempo de sobra para evitar esse tipo de constrangimento.
Como todo o respeito a Ramon Menezes, é inadmissível a Seleção Brasileira começar o ciclo sob o comando de um técnico interino. Sim, a campanha do tri da Argentina começou assim, mas é exceção à regra. O que começa mal, desorganizado, geralmente termina pior. Entendo a decisão da CBF de esperar o fim da temporada europeia para contratar um profissional estrangeiro, mas repito: Tite avisou que tiraria a comissão técnica dele de campo há exatamente um ano.
Quando digo que a lista tem uma lógica particular de Ramon Menezes é porque ele claramente pensou em várias frentes. Ele tem pela frente um Mundial Sub-20 daqui a dois meses, na Indonésia; um Pré-Olímpico no início de 2024, provavelmente os Jogos Olímpicos no meio do ano que vem, em Paris; a largadas das Eliminatórias, em setembro; e a Copa América 2024. Portanto, ao convocar gerações variadas como a do zagueiro brasiliense Robert Renan e preservar 11 jogadores levados por Tite à Copa do Catar, Ramon tentou agradar a gregos, troianos e ao próximo técnico da Seleção apontando um caminho para o trabalho de renovação. Não seria assim se a CBF já tivesse contratado um técnico.
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