Botafogo transforma duelo com Fortaleza em final da Taça Brasil de 1968

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Botafogo vencia o Bragantino de virada e cedeu empate nos acréscimos. Foto: Vitor Silva/Botafogo


O Botafogo conseguiu transformar o duelo atrasado com o Fortaleza, no próximo dia 23, na Arena Castelão, em uma reedição da final da Taça Brasil de 1968. Há 55 anos, o Glorioso conquistou o primeiro dos dois títulos de Campeonato Brasileiro justamente contra o Tricolor do Pici. Empatou a partida de ida por 2 x 2 no estádio Presidente Vargas e goleou o adversário por 4 x 0, no Maracanã. O espírito alvinegro tem que ser o mesmo de mais de meio século caso queira ultrapassar o Palmeiras, retomar a liderança e marchar firme rumo ao tricampeonato. Simples assim.

A partida contra o Fortaleza virou um marco de possibilidades para o Botafogo. Ao empatar com o Red Bull Bragantino neste domingo, por 2 x 2, no Nabi Abi Chedid, o ex-lider do Brasileirão completou seis rodadas consecutivas sem vencer. Havia tropeçado contra o Athletico-PR e empilhado derrotas para Cuiabá, Palmeiras, Vasco e Grêmio. A perda da liderança era anunciada. Questão de tempo diante de erros administrativos em série.

Festejado ao chegar ao Brasil com sacos de dinheiro para comprar a SAF do Botafogo, o estadunidense John Textor aprende uma dura lição: o Brasil — e o Brasileirão — não são para amadores. A prepotência ao avaliar que o time administraria a vantagem até a linha de chegada guiado por um piloto de teste está custando caro. Lúcio Flávio, o menos culpado, não soube lidar com a máquina. Permitia a aproximação dos concorrentes volta a volta.

A disputa pelo título virou engarrafamento. O Botafogo despencou para a vice-liderança. Está dois pontos atrás do Palmeiras, atual campeão. Alguns pontos chamam a atenção. Um deles, o aparente cansaço do time. A equipe parece estafada fisicamente e mentalmente.

A outra é a insegurança. Ao mesmo tempo em que o Botafogo tinha noção da necessidade de aproveitar um contra-ataque, fazer 3 x 1 e aniquilar o Red Bull Bragantino, o time lidava com os fantasmas de sair para o jogo e novamente sofrer viradas. Era nítido a postura de uma equipe entre a cruz e a espada. Houve chance de fazer o terceiro, mas o até então líder se apequenou e ficou entrincheirado no campo de defesa, atraindo o pior.

Uma das maiores provas de insegurança é a cera. Lucas Perri e Diego Costa abusaram dela. Comportaram-se com ingenuidade ao abusar dela. A determinação da Fifa aos árbitros é para acrescentar quantos minutos forem necessários para compensar a enrolação. Daronco cumpriu a cartilha e o Botafogo se deu mal. Thiago Borbas empatou a partida, manteve o Bragantino na disputa pelo título e transformou a partida do Botafogo contra o Fortaleza no dia 23 no “revival” da final da Taça Brasil de 1968. Vai ser dureza.

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Marcos Paulo Lima

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