O público total do Candangão 2023 só preenche um terço do Mané Garrincha. Foto: Ed Alves
Os ataques aos três poderes no domingo deixam a possível indicação de Brasília a sede da Supercopa do Brasil no próximo dia 28 em xeque. O blog apurou que até a última sexta-feira, havia 90% de chance de o duelo entre os campeões do Brasileirão (Palmeiras) e da Copa do Brasil (Flamengo) ocorrer uma cidade do Brasil em 2023 e no exterior a partir do ano que vem. Até então, a capital do país despontava como favorita.
O cenário mudou nas últimas 48 horas. A intervenção na segurança pública do Distrito Federal, o afastamento do governador Ibaneis Rocha (MDB) por 90 dias as ofertas da Arábia Saudita (Riade), duas dos Estados Unidos (Miami e Orlando) e o trauma recente da do DF em um clássico recente entre Palmeiras e Flamengo aumentam o debate interno a 19 dias da partida. O plano da entidade é definir o local com representantes dos clubes nesta segunda-feira.
A CBF retorna do recesso nesta semana com duas pendências: o local da Supercopa e a escolha do sucessor de Tite na Seleção. Brasília era favorita a receber o jogo pela terceira vez em quatro anos, porém os ataques à democracia e um jogo de seis anos atrás deixam os dirigentes com um pé atrás. Falhas de segurança justamente em um clássico nacional entre Palmeiras e Flamengo realizado em 2016, no Mané Garrincha, facilitaram uma briga generalizada nas arquibancadas. Os desdobramentos daquele jogo se arrastam e ainda são caso de Justiça.
A questão de segurança preocupa muito. Recentemente, o Palmeiras impediu o acesso de torcedores rubro-negros ao Allianz Parque no Campeonato Brasileiro. O Flamengo devolveu na mesma moeda como mandante, no Maracanã. O último duelo entre os dois clubes na capital foi pacífico, mas teve portões fechados, em janeiro de 2021, por causa da pandemia do coronavírus.
A rivalidade entre Palmeiras e Flamengo não é a única preocupação da CBF. No ano passado, a entidade pediu à Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) para tirar de Brasília a decisão da Copa Sul-Americana. Motivo: a decisão seria em 1º de outubro, na véspera do primeiro turno das eleições. Havia temor com a segurança do evento, principalmente devido aos ânimos exaltados de bolsonaristas e petistas — adversários nas urnas à época.
A 19 dias da Supercopa do Brasil, a CBF começa a viver um drama semelhante ao do ano passado. À época, o duelo entre Atlético-MG e Flamengo estava encaminhado para o Mané Garrincha. Com o aumento dos casos de covid-19, Brasília decretou eventos com portões fechados. A entidade teve de optar em cima da hora pela Arena Pantanal, em Cuiabá. Diante do impasse, a comercialização dos bilhetes começou tardiamente, quatro dias antes da realização da partida.
Como o blog mostrou recentemente, um grupo econômico da Arábia Saudita está disposto a pagar petrodólares pela Supercopa do Brasil. A firma comprou recentemente as Supercopas da Espanha e da Itália. Ambas serão realizadas neste mês, no Oriente Médio. Os Estados Unidos também apresentaram oferta em “doletas”. A opção por Brasília ainda é possível, mas ficou complexa. Passou a depende da garantia de vários atores, entre eles a governadora Celina Leão (PP), o interventor na Segurança Pública Ricardo Cappelli e a garantia de paz em um clássico de alto risco, como mostra o passado recente de Palmeiras e Flamengo na capital do país.
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