Ex-técnico equatoriano de Cano deu a melhor definição sobre o artilheiro do Vasco: “É um predador na área”

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Cano seria goleador do Vasco em 2019: Pikchu e Marrony fizeram nove. Foto: Rafael Ribeiro/Vasco

 

Germán Cano é um achado do Vasco. Tradicional indústria de artilheiros na história do Campeonato Brasileiro, o clube carioca precisava de um jogador minimamente capaz de empurrar a bola para a rede. Basta recordar o perrengue do ano passado. Yago Pikachu e Marrony foram os goleadores do time com nove gols cada. Cano já tem 11. Nos bons tempos, a comissão de frente do Gigante da Colina emplacou os artilheiros Roberto Dinamite (1974 e 1984), Paulinho (1978), Bebeto (1992), Edmundo (1997) e Romário (2001 e 2005). A última vez faz 15 anos! Longo jejum.

Com 11 gols em 15 jogos neste ano, Cano ostenta média de 0,73 por partida. É a segunda maior na carreira dele. No ano passado, alcançou 0,87 na temporada inteira do ex-clube, o Independiente Medellín. Na época, acumulou 41 bolas na rede em 47 paridas. Desempenho perfeito para o que pretendia a diretoria do Vasco ao pinçá-lo na Colômbia.

Quando o Vasco abriu as negociações, conversei com um dos ex-treinadores dele. O equatoriano Octavio Zambrano deu ótimas referências. Uma das definições dele sobre Cano foi perfeita na entrevista ao blog: “Cano é um predador na área. Tem habilidade e muita intuição para antever onde a bola vai chegar, seja num passe, cruzamento ou rebote”, afirmou. Bingo!

 

0,87 foi a média de gols de Germán Cano em 2019 no Independiente Medellín. Está com 0,73 no Vasco

 

Zambrano deu até algumas dicas ao Time carioca para explorar o potencial de Cano. “Se o Vasco jogar para Cano, explorar os pontos fortes, transformá-lo em referência, terá muitos gols. Não sei se muitos, como na Colômbia, mas cumprirá os objetivos. Ele pode jogar como pivô, mas não é forte. Tampouco é um grande driblador. Necessita de alguém ao lado para servi-lo. Não é oportunista, mas trabalha constantemente para se colocar em uma boa posição para finalizar”, comentou o treinador equatoriano.

Oito meses depois daquela entrevista, Cano tem 11 dos 16 gols do Vasco na temporada. É o terceiro artilheiro do Brasil no ano atrás de Tiago Orobó (15 em 20 jogos), que defendeu América-RN e Fortaleza; e de Edu do Brusque (12 em em 17 exibições). Cano marcou duas vezes contra o São Paulo. Fez três em duelo com o Macaé. Também balançou as redes do Madureira, ABC, Altos-PI, Portuguesa-RJ, Oriente Petrolero da Bolívia e Boavista.

Um detalhe chama a atenção. Cano fez a diferença no bagunçado Vasco de Abel Braga e, agora, no time arrumadinho de Ramon Menezes. O elenco é limitado, mas, em pouco tempo, o treinador conseguiu definir uma maneira de jogar. É cedo para apontar se a ideia é boa ou ruim. O Sport é fraco. O São Paulo, confuso. Duelos com Atlético-MG, Flamengo, Grêmio, Internacional e Palmeiras testarão o projeto mais à frente.

Por enquanto, vale curtir os dois triunfos e sonhar com a primeira vitória fora do Rio, no meio de semana, contra o Ceará. Germán Cano é a garantia de que isso pode, sim, acontecer.

 

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