Antes da resenha sobre a vitória do Flamengo com impacto direto de Arrascaeta no placar de 2 x 0 contra o Cuiabá nesta quarta-feira, no Maracanã, um aviso aos empolgados para a série de duelos com o Atlético-MG, em Belo Horizonte, pelo Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil: o colega Paulo Galvão, do Estado de Minas, lembra que o Galo não acumulava quatro partidas sem vitória desde outubro de 2020. A reabilitação foi justamente em uma goleada por 4 x 0 sobre o Flamengo. Portanto, devagar com o andor que o santo Dorival Júnior é de barro.
Mais que os três pontos, a vitória rubro-negra pode ter marcado o fim de um time blasé. Havia uma certa indiferença e até mesmo passividade diante do estágio em que a equipe se encontrava sob o comando de Paulo Sousa. Houve uma tímida evolução anímica na derrota para o Internacional e um pouco da mudança de comportamento cobrada por Dorival Júnior depois do revés no Beira-Rio, em Porto Alegre.
A nova postura tem a ver com a coragem para rejuvenescer a escalação, a presença de um jogador imprescindível — sem substituto à altura — e uma torcida um pouco mais disposta a entender o momento do Flamengo e a abraçá-lo em um momento de dificuldade. Houve instantes de impaciência com algumas atuações abaixo do esperado, mas um comportamento mais sóbrio.
Dorival Júnior acertou ao insistir em jovens como Matheuzinho e apostar nas entradas de João Gomes no lugar de Willian Arão e Ayrton Lucas na vaga de Filipe Luís na formação inicial. João Gomes virou peça-chave no meio de campo e Ayrton Lucas marcou o gol que facilitou o planejamento. A vantagem de 1 x 0 só não deixou o time menos tenso porque o zagueiro David Luiz e o atacante Bruno Henrique saíram contundidos com 25 minutos do primeiro tempo. Os substitutos viveram contrastes. Léo Pereira não comprometeu. Vitinho entrou mal, mudou a dinâmica do time, enervou a torcida e só teve trégua quando deixou Arrascaeta na cara do gol.
O meia uruguaio merece um capítulo à parte, mas aqui terá um parágrafo. Arrascaeta é, hoje, quem muda o patamar do Flamengo. Sem ele, há pobreza de ideias. Com o camisa 14 dentro das quatro linhas, o repertório ofensivo aparece, as chances se multiplicam e quem está conectado com a mente brilhante do maestro aproveita. Foi o caso de Gabriel Barbosa no lance do segundo gol na etapa final. Impressionante como cresce o desempenho da flecha com o arco em campo! Arrascaeta estava cedido à seleção do Uruguai na última data Fifa.
A exibição do gringo não arrancou suspiros, porém bastou para denunciar o óbvio: a diretoria dorme no ponto ao não buscar no mercado um substituto minimamente capacitado para assumir o papel de Arrascaeta quando o intocável estiver com a Celeste. Em vez disso, o clube prepara a contratação de mais um jogador de lado do campo, um ponta. A bola da vez é o excelente extremo Everton Cebolinha. Um baita jogador, óbvio, mas continua faltando estepe no setor de criação. Diego deveria ser. Andreas Pereira não é. Vitinho foi por um pequeno momento na base do improviso. Éverton Ribeiro não rende no papel de homem de ligação o mesmo que entrega aberto na direita. A demanda é grande por um meia em um plantel desajustado.
A possível perda de Bruno Henrique é o saldo negativo da noite. Há substituto para David Luiz. Falta um homem de velocidade para acelerar as ações ofensivas. O campo mostrou contra o Cuiabá que esse cara não é Vitinho. A alternativa contra o Atlético-MG pode ser Lázaro, um dos bons legados da passagem do português Paulo Sousa pelo Ninho do Urubu.
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